Economia

Presidente do BCE dá apoio cauteloso à Grécia

Draghi deu declarações no Parlamento Europeu no momento em que a chanceler alemã, Angela Merkel, se reunia com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras


	Mario Draghi: "várias condições precisam ser atendidas e elas ainda não existem. Mas estamos confiantes de que existirão se processo de diálogo político for reconstruído"
 (Daniel Roland/AFP)

Mario Draghi: "várias condições precisam ser atendidas e elas ainda não existem. Mas estamos confiantes de que existirão se processo de diálogo político for reconstruído" (Daniel Roland/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de março de 2015 às 14h28.

Bruxelas - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, demonstrou nesta segunda-feira um otimismo cauteloso de que a Grécia será capaz de se beneficiar da impressão de dinheiro pelo BCE e conseguirá acesso normal aos fundos do banco central, mas pediu a Atenas que honre suas dívidas.

Draghi deu as declarações no Parlamento Europeu no momento em que a chanceler alemã, Angela Merkel, se reunia com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras. Atenas busca destravar o dinheiro que o país precisa para evitar a sua saída da zona do euro.

A maior parte das necessidades de financiamento da Grécia e de seus bancos estão, no momento, sendo atendidas pelo BCE. Nesta segunda-feira, Draghi sinalizou que há escopo para normalizar a maneira como esse financiamento está sendo feito.

"Haverá um momento .... que nós teremos condições de ter o quantitative easing (programa de compra de títulos pelo BCE) com a Grécia", disse.

"Várias condições precisam ser atendidas e elas ainda não existem. Mas estamos confiantes de que existirão se esse processo de diálogo político for reconstruído", disse ele.

O BCE não aceita mais títulos gregos como garantia em troca de financiamento para os bancos gregos, o que os torna dependentes de financiamento emergência de curto prazo.

A Grécia também não pode se beneficiar agora do programa de impressão de dinheiro do BCE para comprar títulos, porque o BCE já comprou títulos gregos demais.

O tom conciliatório de Draghi foi moderado, entretanto, por um duro alerta a Atenas.

"A Grécia e seus parceiros internacionais deveriam focar agora em criar as condições para uma conclusão bem sucedida da revisão", disse ele, referindo-se ao programa de reforma em troca de ajuda.

"O governo da Grécia deveria se comprometer em honrar totalmente suas obrigações da dívida com todos os seus credores".

Draghi afirmou que o BCE tem uma exposição à Grécia de 104 bilhões de euros.

Acompanhe tudo sobre:BCEMario Draghi

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto