Economia

Presidente do BC vê maior estabilidade a partir de reformas

A afirmação foi feita durante a Brazil Economic Conference 2017, evento promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos

Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn (Adriano Machado/Reuters)

Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 13 de outubro de 2017 às 16h04.

Última atualização em 13 de outubro de 2017 às 16h06.

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse hoje em Washington que "há uma percepção de que talvez a gente consiga no Brasil, finalmente, ter um período de estabilidade, inflação baixa e juros mais baixos". Goldfajn destacou previsões de analistas de que a taxa de juros no país "vai ficar baixa por um período mais longo". "Isso não significa ficar parada o tempo todo, tem ciclos", disse.

As afirmações do presidente do BC foram feitas durante a Brazil Economic Conference 2017, evento promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Ilan Goldfajn afirmou que a criação da taxa de juros de longo prazo (TLP) para o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); bem como as reformas trabalhista e as no âmbito financeiro, como a do cadastro positivo, têm ajudado para que a taxa de juros continue caindo.

"As questões fiscais certamente têm um peso importante. Por isso que [a PEC do] teto dos gastos e também a [reforma da] Previdência, são todas bastante importantes para a taxa de juros estrutural", afirmou.

Sobre a trajetória de crescimento do Brasil, o presidente do BC afirmou que "vai ter uma trajetória entre 2 e 3% no final deste ano" e que "a taxa de crescimento deste ano é uma média, mas na ponta a gente já está muito perto do que a gente está estimado".

Goldfajn afirmou que a reforma da Previdência é importante para economia brasileira e que "esse tipo de reforma tem de ser feito agora, quando as condições são benignas no cenário internacional". Para o presidente do BC a reforma pode ajudar a manter a taxa de juros estrutural do país baixa e quanto mais cedo for aprovada, "melhor é para todo mundo".

Goldfajn também comentou sobre a possibilidade de uma reforma para aumentar a independência do Banco Central: "é uma reforma importante e dá certa segurança para todo mundo, é algo que eu não descarto, mas expliquei que dentro da lista de reformas ela não chegou a entrar na fila até agora".

Economia internacional

Na avaliação de Ilan Goldfajn, a economia global está se recuperando. Segundo ele, "há um começo, bem gradual, de normalização da política monetária no mundo todo". Ele também comentou a possibilidade de mudança no comando do FED, o banco central norte-americano, caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, resolva nomear um substituto ao final do mandato de Janet Yellen. Ele afirmou que o Brasil está preparado para qualquer escolha que possa ser feita.

O presidente do Banco Central disse que há uma estabilidade na taxa de câmbio brasileira, mas não por causa de atuação direta do Banco Central, e sim porque as taxas de câmbio de outros países estão menos voláteis: "isso tem afetado o Brasil e tem mantido a nossa taxa de câmbio, tem gerado mais exportações".

Acompanhe tudo sobre:Banco Centraleconomia-brasileira

Mais de Economia

Governo avalia mudança na regra de reajuste do salário mínimo em pacote de revisão de gastos

Haddad diz estar pronto para anunciar medidas de corte de gastos e decisão depende de Lula

Pagamento do 13º salário deve injetar R$ 321,4 bi na economia do país este ano, estima Dieese

Haddad se reúne hoje com Lira para discutir pacote de corte de gastos