Economia

Presidente do BC do Japão promete estímulo prolongado

Kuroda descartou a necessidade de ampliar estímulo em breve, mantendo-se otimista sobre o cenário apesar de sinais de que a economia pode estar em leve recessão


	Haruhiko Kuroda: "os próprios fundamentos flutuam, então é importante levar isso em consideração"
 (Toru Hanai/Reuters)

Haruhiko Kuroda: "os próprios fundamentos flutuam, então é importante levar isso em consideração" (Toru Hanai/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 09h14.

Tóquio - O presidente do banco central do Japão, Haruhiko Kuroda, destacou a resolução de manter o forte estímulo por um período prolongado, mas descartou a necessidade de ampliá-lo em breve, mantendo-se otimista sobre o cenário apesar de sinais de que a economia pode estar em leve recessão.

Kuroda também manteve sua avaliação de que o iene fraco é positivo para a economia do Japão. Mas mudou ligeiramente seu tom ao aceitar as preocupações da comunidade empresarial de que mais desavalorizações vão afetar as pequenas empresas e famílias ao elevarem os custos de importação.

"Se as movimentações cambiais refletirem fundamentos econômicos e financeiros, elas devem ser positivas, não negativas, para a economia, Mas os próprios fundamentos flutuam, então é importante levar isso em consideração", disse ele nesta terça-feira.

Como previsto, o BC japonês decidiu por unanimidade manter sua promessa de elevar a base monetária, ou dinheiro e depósitos na autoridade monetária, ao ritmo anual de 60 a 70 trilhões de ienes (547 a 638 bilhões de dólares) através de compras de títulos do governo e a ativos de risco.

O BC manteve sua avaliação de que a terceira maior economia do mundo continua se recuperando moderadamente como tendência. Mas ofereceu uma visão mais negativa sobre a produção industrial, dizendo que ela estava "enfraquecendo" uma vez que uma queda na demanda após o aumento do imposto sobre vendas em abril deixou os produtos de automóveis e eletrônico com excesso de estoques.

Kuroda admitiu que o aumento do imposto e o clima desfavorável no verão pesou sobre o consumo por mais tempo que o esperado. Mas destacou que após um período de fraqueza, o crescimento vai acelerar o suficiente para elevar a inflação na direção da meta do BC.

O BC tem mantido a política monetária desde que lançou o forte estímulo em abril do ano passado, quando prometeu dobrar a base monetária através de agressivas compras de ativos para alcançar sua meta de inflação de 2 por cento em cerca de dois anos.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCâmbioIeneJapãoMoedasPaíses ricos

Mais de Economia

'Não vamos destruir valor, vamos manter o foco em petróleo e gás', diz presidente da Petrobras

Governo estima R$ 820 milhões de investimentos em energia para áreas isoladas no Norte

Desemprego cai para 6,4% no 3º tri, menor taxa desde 2012, com queda em seis estados

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula