Economia

Presidente da CNI defende acordo de livre-comércio com EUA

Robson Andrade apresentou a ideia para 200 empresários americanos na sede do Federal Reserve Bank of Kansas City em Denver


	Operários em fábrica da Cosipa: aço está na pauta de exportações do Brasil para os EUA
 (Jean-Pierre Pingoud/Bloomberg News)

Operários em fábrica da Cosipa: aço está na pauta de exportações do Brasil para os EUA (Jean-Pierre Pingoud/Bloomberg News)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 14 de novembro de 2013 às 12h47.

São Paulo - O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, passou a defender a realização de um acordo de livre-comércio entre Brasil e Estados Unidos.

"Temos que começar a negociar, pois a indústria brasileira se tornará mais competitiva”, disse ele em um discurso na terça-feira para 200 empresários americanos na sede do Federal Reserve Bank of Kansas City, em Denver (Colorado).

É a primeira vez que a indústria brasileira considera um acordo do tipo desde que o projeto da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) foi sepultado há 10 anos.

Para Robson, “o Mercosul é importante, mas não é mais suficiente”.

Entre as medidas mais imediatas citadas no discurso estão o fim do visto de entrada para cidadãos brasileiros nos Estados Unidos e um acordo para eliminar a bitributação.

Compra e venda

Os Estados Unidos são atualmente o segundo parceiro comercial do Brasil, atrás só da China. No entanto, a última vez que o Brasil registrou superávit comercial com os Estados Unidos foi em 2008, de US$ 2,8 bilhões de dólares.

Em 2012, houve alta de 3,5% nas vendas brasileiras para o país graças a siderúrgicos, etanol, eletroeletrônicos e químicos orgânicos, entre outros produtos. Ainda assim, o Brasil registrou déficit de 5,6 bilhões com os americanos.

No discurso no Kansas, Andrade lembrou de sua primeira conversa com um embaixador dos Estados Unidos, ainda nos anos 90: “Ele chegou em Minas Gerais, meu estado, e disse, sem meias palavras: ‘eu não vim comprar, vim vender. Por isso, posso falar, sem cerimônias, que eu vim vender e não comprar”.
 

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