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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Rio de Janeiro - A Argentina está dificultando a expansão do mercado aéreo com o Brasil, atendido por apenas duas empresas atualmente. Saturado e com uma demanda reprimida, o mercado de voos entre os dois países faz com que os preços das passagens estejam sempre altos. A afirmação é da presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Vieira, que participou hoje (25) da Cúpula União Europeia-América Latina da Aviação Civil. O evento prossegue até amanhã (26), no Rio de Janeiro.
"Nós estamos no limite máximo de frequências com a Argentina e precisamos aumentar. Nossas companhias já estão usando todos os voos disponíveis e precisamos que o governo argentino autorize o aumento", afirmou a presidente da Anac. Segundo Solange, atualmente são 133 frequências e haveria espaço para se pedir mais 30. Isso permitiria a entrada de outras companhias brasileiras no mercado argentino, beneficiando os passageiros, que, atualmente, contam com a Gol e a Tam para chegar ao país vizinho.
"A Web não pode voar, a Azul não pode voar [para a Argentina], porque não têm mais voos para serem autorizados", disse. O impedimento se reflete no valor das passagens aéreas entre os dois países, pois os voos estão sempre lotados, o que desobriga as companhias de promoverem políticas de descontos.
Para Solange, a solução para o impasse depende diretamente do governo argentino, que tem se mostrado reticente em atender a demanda brasileira. Entre os motivos, na avaliação da presidente da Anac, estaria a situação econômica do país vizinho, que não é tão favorável quanto a encontrada no Brasil, e a necessidade de se proteger a empresa Aerolineas Argentinas, que passa por um momento delicado de reestruturação.
O superintendente de Relações Internacionais da Anac, Bruno Silva Dalcolmo, observou que o mercado latino-americano representa um terço do volume de passageiros transportados em voos internacionais no Brasil. "Isso significa cerca de 4 milhões de passageiros por ano. O mercado mais dinâmico seria o argentino, caso não houvesse restrições existentes no acordo bilateral entre os dois países", apontou.
A taxa de crescimento desse mercado, de 2005 a 2008, foi de longe a maior tendo o Brasil como origem e outros países como destino. Segundo Dalcolmo, chegou a 9% ao ano. A taxa média de crescimento dos mercados Brasil-Europa e Brasil-Estados Unidos ficou em torno de 6%.