Economia

Premiê da Grécia exalta acordo sobre dívida

Maior partido da oposição, no entanto, rejeitou o acordo e criticou a Alemanha por impedir remissão da dívida grega de € 340 bilhões


	Ministros das Finanças da zona do euro e o FMI concordaram com medidas para reduzir a dívida grega em € 40 bilhões
 (Yorgos Karahalis/Reuters)

Ministros das Finanças da zona do euro e o FMI concordaram com medidas para reduzir a dívida grega em € 40 bilhões (Yorgos Karahalis/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2012 às 08h17.

Atenas - Com os olhos cansados, o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, saudou nesta terça-feira o acordo fechado pelos credores internacionais para ajudar a reduzir a dívida do país e desbloquear mais uma parcela de dinheiro para evitar a falência.

O maior partido da oposição, no entanto, rejeitou o acordo e criticou a Alemanha por impedir remissão da dívida grega de 340 bilhões de euros.

Após 12 horas de negociações em sua terceira reunião no mesmo número de semanas, os ministros das Finanças da zona do euro e o Fundo Monetário Internacional concordarem com medidas para reduzir a dívida da Grécia em 40 bilhões de euros (52 bilhões de dólares), abrindo caminho para o empréstimo de 43,7 bilhões de euros ser desembolsado no início de 2013.

"Tudo correu bem", disse Samaras a repórteres do lado de fora da residência do primeiro-ministro por volta das 3h da manhã. "Amanhã, um novo dia começa para todos os gregos", acrescentou.

Os mercados financeiros internacionais compartilharam o otimismo e as preocupações com situação da dívida da Grécia diminuíram. O euro atingiu a máxima em um mês e as ações europeias subiam 0,54 por cento às 8h11.

Samaras instituiu medidas de austeridade profundamente impopulares no início deste mês para convencer os credores da Grécia que Atenas merecia receber mais ajuda financeira como parte do pacote de resgate da UE e do FMI, apesar de ter descumprido metas anteriores sobre o déficit e metas de reforma.


Os cortes de salários e gastos contrariam as promessas de campanha de Samaras de suavizar os termos do acordo de resgate, testando a frágil coalizão liderada pelos conservadores que governa o país desde junho.

O socialista Pasok, um dos três partidos da coalizão, também saudou o acordo. "Este é o novo começo que o país precisa, depois de nove meses de espera", disse o líder partidário e ex-ministro das Finanças, Evangelos Venizelos. "Agora cabe a nós fazer o trabalho." O principal partido de oposição ao resgate rejeitou o acordo por completo, dizendo que ficou aquém do que era necessário para que a dívida do país ficasse sustentável.

"É um compromisso meia-boca, um band-aid sobre a ferida aberta da dívida (da Grécia)", disse Dimitris Papadimoulis, parlamentar do partido radical de esquerda Syriza, o maior partido da oposição e que está liderando as pesquisas de intenção de voto.

Jornais gregos ficaram igualmente divididos sobre o acordo. O diário mais vendido da Grécia, Ta Nea, trouxe em sua primeira página um rosto sorridente ao lado da manchete: "O primeiro sorriso para a Grécia", depois de o país garantir mais 43,7 bilhões de euros em ajuda.

Mas o Six Days, outro jornal, chamou o acordo de "um compromisso desastroso... mantendo a Grécia presa à grave recessão e austeridade sem resolver o grande problema da dívida do país".

Acompanhe tudo sobre:Crise gregaEuropaGréciaPiigsUnião Europeia

Mais de Economia

Um marciano perguntaria por que está se falando em crise, diz Joaquim Levy sobre quadro fiscal

Campos Neto: Piora nas previsões de inflação não é culpa de 'malvados da Faria Lima'

Salário mínimo pode ir a R$ 1.521 em 2025 com nova previsão de inflação

BNDES e banco da Ásia assinam memorando para destinar R$ 16,7 bi a investimentos no Brasil