Campo de trigo no interior da cidade de Qamishli, na Síria: choques de oferta de alimentos (AFP/AFP)
Da redação, com agências
Publicado em 7 de outubro de 2021 às 12h06.
Última atualização em 7 de outubro de 2021 às 12h07.
Os preços mundiais dos alimentos voltaram a subir em setembro, "devido à restrição da oferta e à forte demanda" por alimentos básicos, como trigo e óleo de palma - anunciou a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Agricultura (FAO), nesta quinta-feira (7).
O Índice de Preços dos Alimentos da FAO aumentou 1,2% em relação a agosto, chegando a 130 pontos, e 32,8%, em um ano.
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O indicador, que mede a variação mensal dos preços internacionais da cesta básica, continua se aproximando de seu nível máximo (137,6 pontos), registrado em fevereiro de 2011.
Em setembro, o preço global dos cereais aumentou 2% em comparação com o mês anterior. O preço mundial do trigo, por exemplo, subiu 4% em um mês, e 41%, em um ano.
O preço do arroz também aumentou. No caso do milho, o aumento foi moderado, de 0,3% em um mês (+38% em um ano).
"A melhora das perspectivas das safras mundiais e o início das colheitas americana e ucraniana compensaram, amplamente, o impacto das perturbações portuárias relacionadas aos furacões nos Estados Unidos", explicou a FAO.
"Entre os cereais, o trigo estará no centro das atenções nas próximas semanas, já que a demanda deve ser posta à prova ante o rápido aumento dos preços", afirma o economista-chefe da FAO, Abdolreza Abbassian, citado no comunicado.
A FAO prevê uma produção de cereais sem precedentes em 2021, mas sempre inferior às necessidades de consumo.
Em relação aos óleos vegetais, o preço mundial aumentou 1,7% em um mês (+60% em um ano). O óleo de palma alcançou "um teto em dez anos, devido à forte demanda mundial e à escassez de mão de obra migrante que afeta a produção na Malásia", completou a organização.
O Brasil, que é um dos principais exportadores de alimentos do mundo, também tem sofrido com alta dos preços.
O IPCA atingiu o acumulado de 9,68% nos 12 meses até agosto, segundo o IBGE. O IPCA acumulado de alimentos e bebidas é ainda superior ao índice geral, com alta de quase 14% em 12 meses. Já a subcategoria de alimentação no domicílio subiu quase 17%. Em São Paulo, o preço da cesta básica para quatro pessoas já quase empata com o salário mínimo.
Um dos desafios brasileiros é a falta de oferta interna. Com o dólar alto frente ao real desde o ano passado e a demanda no exterior, o Brasil vive recorde de exportação de alimentos e animais consumidos diretamente e commodities (como milho, que é usado na criação de animais).
(Com AFP)
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