Economia

Preços da Petrobras serão 'inexoravelmente mais baixos', diz Prates

Prates disse que a mudança da política de preços tem que ser feita com "sabedoria e calma", e relembrou o discurso de campanha do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva

Prates: "Isso tem que ser feito com sabedoria e calma. Na campanha, o presidente Lula falou em abrasileirar o preço. Falei várias vezes que a gente tem que se libertar do dogma do PPI" (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Prates: "Isso tem que ser feito com sabedoria e calma. Na campanha, o presidente Lula falou em abrasileirar o preço. Falei várias vezes que a gente tem que se libertar do dogma do PPI" (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 12 de maio de 2023 às 10h57.

Última atualização em 12 de maio de 2023 às 10h58.

A nova estratégia comercial da Petrobras, que deve ser concluída em breve, trará preços "inexoravelmente mais baixos" dos combustíveis para os consumidores em comparação com a Política de Paridade de Importação (PPI ), que lastreia o preço do petróleo ao dólar. A afirmação é do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta sexta-feira, 12.

Na entrevista, Prates disse que a mudança da política de preços tem que ser feita com "sabedoria e calma", e relembrou o discurso de campanha do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

"Isso tem que ser feito com sabedoria e calma. Na campanha, o presidente Lula falou em abrasileirar o preço. Falei várias vezes que a gente tem que se libertar do dogma do PPI", afirma Prates.

Ele ponderou que a nova política trará preços "inexoravelmente mais baixos que o PPI". "Não faz sentido brigar tanto pela autossuficiência, ser até exportador, brigar pela autossuficiência em refino e dizer 'agora o preço aqui é o de Roterdã mais o frete', isso tudo com a penalização do brasileiro", disse.

Distribuição

Sobre a volta da Petrobras ao setor de distribuição, Prates explicou: "A Petrobras não pode ficar tão longe do consumidor final, o que não quer dizer que aconteça já no primeiro ano. Ela já cometeu um erro, não pode ser um erro em cima de outro." "Não venderia a BR, tenho que pensar o que faço sem ela: pode ser voltar a ter ela ou pode não ser, pode ter alternativas que me obriguem a acelerar processos da transição energética", disse.

Ainda de acordo com ele, não é política de governo. "É o que a Petrobras vai praticar como estratégia comercial respaldada nas vantagens competitivas de produzir e refinar no Brasil", enfatizou. "Vai mudar até a terminologia. Será estratégia comercial ou composição de preço, porque vai incluir o fato de você ser um bom ou mau cliente ou se tem mais ou menos crédito comigo", detalhou. "Será um modelo sem deixar de lucrar. Cada área de influência de refinaria vai ter um. E não é só por região. É por cliente também. Se você compra muito, faço um preço melhor. Se compra para entregar no Porto de Santos é uma coisa, se compra para entregar no interior, é outra", concluiu Prates.

Dividendos

Sobre a distribuição de dividendos da petroleira, Prates afirmou "não vai ser uma loucura", e que os valores não devem se aproximar tanto do mínimo obrigatório. Ele também ressaltou a necessidade de alinhar o perfil de investidores da estatal.

"Outro desafio que a gente tem é harmonizar melhor o perfil de investidor da Petrobras. A Petrobras é uma empresa segura, um transatlântico. Se quiser uma lanchinha rápida, pega ações de uma startup de garagem, investe e vai lá para o oceano. Se vier uma onda maior, você pode perder tudo. ... O investidor que procura segurança é conservador e aceita rentabilidade menor", finalizou Prates.

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