Economia

Preços ao produtor brasileiro aceleram alta a 0,25%

Segundo o IBGE, alta foi influenciada pelo impulso dos preços de alimentos e da fabricação de produtos de madeira


	 

	Legumes à venda: preços da fabricação de produtos alimentícios voltaram a subir, com uma alta de 0,58%
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

  Legumes à venda: preços da fabricação de produtos alimentícios voltaram a subir, com uma alta de 0,58% (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2013 às 10h08.

São Paulo - O índice de preços ao produtor acelerou em novembro ao registrar alta de 0,25 por cento, influenciado pelo impulso dos preços de alimentos e da fabricação de produtos de madeira, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

O IBGE revisou o dado de outubro para uma alta de 0,23 por cento depois de anunciar anteriormente avanço de 0,21 por cento . No acumulado em 12 meses em novembro os preços apresentaram alta de 6,64 por cento.

Em novembro, 14 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços na comparação com o mês anterior, segundo o IBGE.

As maiores variações positivas ocorreram nos preços de fabricação de produtos de madeira (1,96 por cento), de máquinas e equipamentos (1,44 por cento) e de fumo (1,32 por cento).

Já os preços da fabricação de produtos alimentícios, que pressionaram os preços ao produtor durante a maior parte do ano, voltaram a subir, com uma alta de 0,58 por cento, depois de recuarem 1,44 por cento em outubro, na primeira variação negativa desde fevereiro.

Esse grupo foi o que exerceu a maior influência na variação mensal do indicador, com 0,12 ponto percentual.

Ainda assim, o avanço de 0,58 por cento em novembro foi a menor taxa positiva entre as oito registradas em 2012. De acordo com o economista do IBGE Alexandre Brandão, a alta foi puxada por suco de laranja e carne.


"Tem um efeito cambial nesse movimento. Como são produtos exportados, com o dólar mais valorizado eles ficaram mais caros", explicou Brandão.

No final de novembro, o dólar saltou e raspou em 2,14 reais devido a especulações de que o governo favoreceria um real mais desvalorizado para apoiar os exportadores brasileiros. Medidas e intervenções do governo derrubaram novamente a cotação da divisa, que fechou 2012 abaixo de 2,05 reais, mas ainda com valorização superior a 9 por cento no ano.

Na comparação com o mesmo mês de 2011, as maiores variações de preços ocorreram em fumo (19,02 por cento), alimentos (13,87 por cento), bebidas (13,12 por cento) e papel e celulose (11,70 por cento).

As principais influências na comparação de novembro com o mesmo mês do ano anterior vieram dos alimentos (2,62 pontos percentuais), outros produtos químicos (0,90 ponto) e refino de petróleo e produtos de álcool (0,63 ponto).

"O álcool interrompeu uma série de quedas e, no caso do refino, é efeito do aumento do preço da nafta, movimento que acontece há algum tempo no mercado mundial", explicou o economista do IBGE.

O índice mede os preços "na porta das fábricas" e não inclui os custos com frete e impostos que influenciam os preços ao consumidor.

Após chegarem a registrar deflação recentemente, os preços no atacado voltaram a subir neste final de ano, enquanto os do varejo aceleraram.

Na semana passada foi divulgado que o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 0,68 por cento em dezembro, ante leve queda de 0,03 por cento vista em novembro, acumulando alta de 7,82 por cento em 2012.

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