Economia

Preço do carro pode subir 4,5% com novo IPI

Com aumento do IPI, o governo espera arrecadar até R$ 5 bilhões mais com o imposto em 2015 na comparação com o ano passado


	A alíquota dos modelos 1.0, atualmente em 3%, sobe a partir de hoje para 7%
 (Ty Wright/Bloomberg)

A alíquota dos modelos 1.0, atualmente em 3%, sobe a partir de hoje para 7% (Ty Wright/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de janeiro de 2015 às 08h19.

Brasília - A partir desta quinta-feira, 1, as montadoras vão voltar a pagar a alíquota cheia do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, que ficou reduzida de maio de 2012 até o último dia de 2014.

Com isso, o governo espera arrecadar até R$ 5 bilhões mais com o imposto em 2015 na comparação com o ano passado.

A indústria deve repassar o aumento do imposto para os preços, mas oficialmente a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) afirma que a decisão é individual - cada empresa vai definir quando e quanto do aumento do IPI repassará aos preços finais dos veículos.

A alíquota dos modelos 1.0, atualmente em 3%, sobe a partir de hoje para 7%. Para aqueles com motor entre 1.0 e 2.0, passa de 9% para 11% nos automóveis flex.

Nessa faixa de maior potência, o imposto subirá de 10% para 13% para veículos movidos somente a gasolina.

Essa foi uma das últimas decisões tomadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que se despede do cargo após 8 anos e 9 meses no comando da economia.

Mantega manteve reuniões com a Anfavea entre outubro e novembro para negociar a recomposição do IPI a partir de janeiro. O ministro afirmou nos encontros, segundo relatos de empresários, que "um aumento do imposto era inexorável, viria com ou sem ele".

O objetivo de Mantega era preparar o setor para a elevação, de forma a estimular as montadoras a realizarem promoções no mês de dezembro.

As empresas entenderam o recado e praticamente todas as companhias lançaram campanhas publicitárias anunciando o fim do benefício para aumentar as vendas no último mês do ano.

Apesar disso, ainda existia uma certa esperança entre as montadoras de que o aumento pudesse ser escalonado, como ocorreu em outras ocasiões.

Mas nesta quarta-feira, 31, contudo, em conversas por telefone com membros da equipe econômica foi confirmada a volta integral do imposto.

Repasse

Segundo a Anfavea, o repasse integral do imposto resultaria em aumento de 4,5% nos automóveis 1.0.

De acordo com fontes do governo, os empresários afirmaram em reuniões técnicas que os preços baixos podem ser sustentados ainda ao longo de janeiro, de forma a desovar estoques acumulados.

Os aumentos de preços devem começar somente entre o fim do mês e início de fevereiro.

A nova equipe econômica, encabeçada por Joaquim Levy na Fazenda e Nelson Barbosa no Ministério do Planejamento, é totalmente favorável à elevação do IPI para a indústria automobilística.

O imposto continuará baixo, no entanto, para os fabricantes de eletrodomésticos da linha branca e para os materiais de construção. 

Acompanhe tudo sobre:AnfaveaAutoindústriaCarrosConsumoGuido MantegaImpostosIPILeãoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosVeículos

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE