Economia

Energia volta ao teto com queda na previsão de chuvas

Preço de energia de curto prazo subir ao patamar mais alto permitido para o ano, a 822,83 reais


	Operário instalando cabos em um poste de energia elétrica em Santa Teresa, no Rio de Janeiro
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Operário instalando cabos em um poste de energia elétrica em Santa Teresa, no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2014 às 18h24.

São Paulo - O preço de energia de curto prazo voltou a subir ao patamar mais alto permitido para o ano, a 822,83 reais, em todas as regiões do Brasil e patamares de consumo de carga, diante da redução da estimativa de chuvas que deverão chegar aos reservatórios das hidrelétricas em outubro.

Todas as regiões do país ainda terão afluências bem abaixo da média em outubro, com exceção do Sul, e o nível dos reservatórios na região Sudeste/Centro Oeste pode chegar ao final do mês a 19 por cento, segundo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) -- o que seria o pior nível mensal já verificado pelo menos desde 2000.

A baixa pluviosidade desde o ano passado mantém represas do país em níveis baixos históricos. No Sudeste/Centro Oeste o nível atual de 22,09 por cento já é o mais baixo entre as represas brasileiras desde o ano do racionamento, em 2001.

O governo federal descarta racionamento atualmente e afirma que o risco de haver qualquer déficit de energia em 2015 está abaixo do patamar máximo aceitável de 5 por cento.

A expectativa de metereologistas era de que as chuvas voltassem a ocorrer a partir das duas últimas semanas de outubro no Sudeste/Centro-Oeste, intensificando-se com o início do período úmido em novembro.

Segundo o Informe do Programa Mensal de Operação (PMO) do ONS divulgado nesta sexta-feira, as chuvas previstas em outubro para o Sudeste/Centro-Oeste, que concentra os principais reservatórios de hidrelétricas do país, deverão ser de 67 por cento da média histórica para o período.

A redução do nível dos reservatórios do Sudeste ocorre quase que ininterruptamente desde junho de 2013, sendo que o período úmido 2013/2014 não conseguiu recuperar as represas.

O próximo perído tradicionalmente chuvoso, de novembro a março, será crucial para evitar problemas de suprimento de energia em 2015, embora dificilmente deverá recuperar os reservatórios do Sudeste a patamares totalmente confortáveis para enfrentar o próximo período seco que começa em abril, segundo especialistas do setor.

No Norte, as chuvas que chegarão às hidrelétricas em outubro serão equivalentes a 67 por cento da média, e no Nordeste, a 38 por cento. Somente o Sul continuará com chuvas acima da média, a 147 por cento, prevê o Operador.

Para a semana que vem, a previsão do ONS é de chuva fraca a moderada nas bacias dos rios Uruguai, Jacuí, Iguaçu e Paranapanema, e chuva fraca nas bacias dos rios Tietê, Paraíba do Sul, Grande, Paranaíba e no trecho a montante à hidrelétrica Três Marias.

O ONS ainda elevou nesta sexta-feira a estimativa de aumento de consumo de carga de energia no país em outubro para alta de 2,4 por cento ante mesmo mês de 2013.

Anteriormente, na semana passada, o ONS estimava alta de 1,3 por cento no consumo neste mês. Altas temperaturas elevam o uso de equipamentos de refrigeração e, como consequência, o consumo de energia.

A piora das perspectivas levou ao aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) ao nível máximo permitido para o ano, em todos os patamares de carga e regiões, o que não acontecia desde maio deste ano.

Os preços, divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), são válidos de para a semana de 18 a 24 de outubro, para a qual está estimada a geração térmica de 17.363 megawatts (MW) médios, patamar praticamente inalterado em relação ao previsto para a semana atual.

Acompanhe tudo sobre:ChuvasEletricidadeEnergiaEnergia elétricaPreçosServiços

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE