Torres de transmissão de energia: preço de energia de curto prazo deverá subir diante de uma estimativa de menos chuva (Paulo Santos/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 19h40.
São Paulo - O preço de energia elétrica de curto prazo para a próxima semana deve disparar e chegar ao recorde histórico, acima dos 800 reais por megawatt-hora, aumentando preocupações para as distribuidoras de energia que estão expostas no curto prazo.
Segundo três agentes do setor ouvidos pela Reuters nesta quinta-feira, a alta do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) não indica perigo de racionamento ou falta de energia, e sim acionamento das termelétricas mais caras para garantir o abastecimento.
"O PLD vai bater o limite dele", disse à Reuters o presidente da Associação Brasileira de Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Mario Menel, ao se referir a informações de agentes do setor elétrico que fazem previsão de preço.
De acordo com Menel e o presidente da Comerc Energia, Cristopher Vlavianos, o PLD deve chegar a 822,83 reais por MWh. Além de ser um recorde histórico para o PLD, trata-se do limite máximo definido para este ano.
Os dados oficiais sobre o PLD da próxima semana serão conhecidos na sexta-feira, com a divulgação de informações pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O preço de energia de curto prazo deverá subir diante de uma estimativa de menos chuva nas áreas necessárias para aumentar a vazão de água para os reservatórios das hidrelétricas, segundo os agentes.
"É o maior preço de PLD da história... O que a gente faz é pegar os dados que imaginamos que o ONS vai usar e fazemos as simulações", explicou Vlavianos, da Comerc.
O PLD é calculado semanalmente com base nas expectativas de chuva, vazão, carga e custo de operação do sistema, entre outros fatores.
Uma terceira fonte do setor, que falou sob condição de anonimato, confirmou que a tendência é que o PLD para a próxima semana chegue à máxima histórica. "O Custo Marginal de Operação (CMO) do sistema deve bater os 1.100 reais por MWh", disse.
O modelo de operação do sistema para a próxima semana a ser apresentado pelo ONS deve indicar o acionamento das térmicas mais caras (a óleo e diesel), segundo as fontes, o que explicaria o aumento do PLD.