Aeroporto em São Paulo: preço das passagens aéreas dobrou em um ano (Erlon Silva - TRI Digital/Getty Images)
Carolina Riveira
Publicado em 8 de julho de 2022 às 11h30.
Última atualização em 8 de julho de 2022 às 11h47.
O preço das passagens aéreas foi um dos destaques da inflação de junho, subindo 11,32% só neste mês, segundo os dados do IPCA, principal índice inflacionário brasileiro, divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo IBGE. A inflação geral em junho foi de 0,67%.
Nos últimos 12 meses, as passagens aéreas acumulam alta de mais de 122%, isto é, mais que dobraram de preço. A variação ocorre sobretudo diante do aumento da demanda com a reabertura após o auge da pandemia, além de variações sazonais e aumento do preço do querosene de aviação.
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No mês, as passagens aéreas foram o segundo item com maior alta, atrás do morango, que subiu 13,3%.
Completam a lista das maiores altas do mês de junho o leite longa vida (alta de 10,72%) e o feijão-carioca rajado (alta de 9,74%).
Na outra ponta, a cenoura teve a maior queda de junho (redução de 23,4%), após altas recordes no começo do ano. Várias frutas e verduras também tiveram queda nos preços.
Combustíveis também foram destaque entre as quedas, caindo 1,20% (para veículos), com redução nos preços da gasolina (-0,72%) e sobretudo do etanol (-6,41%). Já o diesel foi na contramão e subiu quase 4% no mês.
Embora vários itens tenham tido queda nos preços, os alimentos como um todo subiram acima da inflação em junho, com alta de 0,80%. Como esse grupo é um dos mais importantes na cesta de consumo dos brasileiros, sua alta puxou o aumento da inflação geral no mês. O destaque foi a alimentação fora de casa, que subiu 1,26%. Outro subgrupo que teve forte impacto na cesta foi o de planos de saúde, que subiram quase 3% em junho após reajuste autorizado pela reguladora.
Veja abaixo as maiores altas de preço no mês de junho entre os subitens, no acumulado dos seis primeiros meses do ano e no acumulado em 12 meses.
(variação mensal; IPCA do mês foi de 0,67%)
(variação acumulada até junho; IPCA no período foi de 5,49%)
(variação acumulada nos últimos 12 meses até junho; IPCA no período foi de 11,89%)
A inflação no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal índice inflacionário brasileiro, fechou o mês de junho com variação de 0,67%. O resultado foi divulgado nesta sexta-feira, 8, pelo IBGE.
O resultado de maio ficou levemente abaixo do consenso do mercado, que era de alta de 0,71% no mês e 11,94% para o ano, segundo as projeções colhidas pela Bloomberg.
Embora dentro do consenso, o IPCA do mês subiu em relação ao índice de maio (quando o IPCA foi de 0,47%).
Nos seis meses do ano até junho, a alta acumulada é de 5,49%, já superando na prática o teto da meta do Banco Central para o ano inteiro.
No acumulado de 12 meses, a variação no IPCA foi de 11,89%. A inflação no Brasil superou dois dígitos em setembro do ano passado, e não caiu para baixo desse patamar desde então.
O IPCA de junho levemente abaixo das expectativas pode indicar que a inflação brasileira tenha chegado a seu pico e possa começar a cair de forma mais acentuada. No entanto, riscos externos como o preço das commodities e guerra na Ucrânia seguem sendo uma preocupação.
Com a inflação alta, o Brasil está sob a maior taxa básica de juros, a Selic, desde 2016. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em 15 de junho, a taxa de juros foi elevada em 0,50 ponto percentual, indo a 13,25%. Mais aumentos são esperados até o fim do ano.