Carne: preço caiu 0,9% no IPCA-15 de março e acumula queda de 1,8% no ano (Neuton Araujo/Divulgação)
Repórter de Economia e Mundo
Publicado em 24 de março de 2023 às 15h02.
Última atualização em 24 de março de 2023 às 15h13.
Os preços das carnes caíram nas últimas semanas, com variação abaixo da inflação do período, conforme mostrou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação mensal.
O IPCA-15 geral subiu 0,69% entre meados de fevereiro e meados de março, segundo divulgado nesta sexta-feira, 24, pelo IBGE.
Já o preço das carnes, individualmente, caiu 0,91% no período.
As carnes que mais tiveram queda de preço foram a carne de carneiro (-2,66%), o contrafilé (-2,04%) e a picanha (-1,43%).
O IPCA-15 diz respeito ao período entre a última quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual, e é considerado uma prévia do IPCA final, que abrange o mês completo e é divulgado no mês seguinte.
Para o IPCA-15 deste mês, os preços foram coletados no período de 11 de fevereiro a 15 de março (e comparados com os preços vigentes de 13 de janeiro a 10 de fevereiro de 2023).
Ao todo, o preço do item "Carnes" caiu 0,91% no IPCA-15, entre 11 de fevereiro e 15 de março.
No acumulado do ano, no IPCA-15 de janeiro a março, o preço do item "Carnes" acumula queda maior, de 1,77%.
Há alguns motivos que explicam a variação no preço, entre eles a suspensão temporária das exportações para a China, que durou 29 dias e só foi revogada na quinta-feira, 23.
A China é um das maiores compradores de carne brasileira e a suspensão das vendas aumentou a oferta local, um dos motivos que ajudaram a impactar o preço, ainda que não tenha havido redução no volume total vendido pelo Brasil.
Além disso, conforme a EXAME mostrou, tem havido queda na cotação da carne no mercado internacional e câmbio menos favorável, o que torna os preços locais mais competitivos. Da produção de carne bovina brasileira, o mercado interno responde por cerca de 70%, segundo associações do setor.
As quedas vêm após períodos de altas sucessivas durante 2021 e meados de 2022, quando os preços da carne bateram recorde.
No acumulado de 2021, o preço do contrafilé subiu quase 12% no IPCA oficial e o da picanha, mais de 17%. Já em 2022, a picanha quase não havia mudado de preço (alta de 0,5% no ano), e o contrafilé subiu pouco mais de 4%, sobretudo com os preços menos pressionados no segundo semestre.