Economia

Precisamos nos defender da queda do dólar, diz Dilma

Segundo Dilma, a política monetária altamente acomodatícia do Fed inundou os mercados emergentes, como o Brasil, com dólares, provocando desequilíbrios econômicos globais nocivos

As declarações foram feitas no encerramento de um fórum empresarial antes da abertura da Sexta Cúpula das Américas, em Cartagena (Reuters)

As declarações foram feitas no encerramento de um fórum empresarial antes da abertura da Sexta Cúpula das Américas, em Cartagena (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2012 às 15h57.

Cartagena - A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, disse neste sábado, na Colômbia, que os países da América Latina precisam adotar medidas para se defenderem contra o enfraquecimento do dólar. Segundo Dilma, a política monetária altamente acomodatícia do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), que age independentemente dos governos, mas está sujeito à supervisão do Congresso, inundou os mercados emergentes, como o Brasil, com dólares, provocando desequilíbrios econômicos globais nocivos.

Ela destacou também a necessidade dessas nações buscarem parcerias na região sem protecionismo, afirmando que crise econômica criou desafios para as economias latino-americanas. As declarações foram feitas no encerramento de um fórum empresarial antes da abertura da Sexta Cúpula das Américas, em Cartagena.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, também disse, no mesmo fórum, que está preocupado com a desvalorização da moeda norte-americana, alertando que a política monetária expansiva na maior parte do mundo desenvolvido, na qual os EUA e outros países imprimem essencialmente dinheiro em excesso para pagarem as contas, está "exportando a crise (econômica) para nós".

Santos afirmou que, apesar dos problemas causados pela queda do dólar, a Colômbia centrará foco no estímulo a suas exportações e no aumento do comércio com o restante da América Latina e os EUA. Um acordo de livre comércio entre os EUA e a Colômbia deverá entrar em vigor ainda neste ano.

O Brasil e a Colômbia adotaram medidas extraordinárias nos últimos anos para tentar evitar que suas moedas se valorizem muito ante o dólar em mercado cambiais de flutuação livre. A valorização da moeda local torna as exportações dos países muito mais caras nos mercados estrangeiros, ficando muitas vezes difícil para os exportadores venderem seus produtos.

No caso da Colômbia, o banco central comprou US$ 20 milhões por dia no mercado cambial durante grande parte dos dois últimos anos a fim de reduzir o excesso de dólares no país. O governo colombiano também instruiu sua companhia estatal de petróleo Ecopetrol a adiar neste ano a repatriação de mais de US$ 1 bilhão em lucros obtidos no exterior com a venda de petróleo bruto.

Tais medidas, no entanto, não têm sido suficientes. O dólar fechou em 1.776,20 pesos colombianos na sexta-feira, levando a moeda colombiana a acumular alta de 9% até agora no ano - uma das valorizações mais rápidas ante a divisa norte-americana no mundo. As informações são da Dow Jones.

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