Economia

Pré-sal: Ministro vai aos EUA convencer petroleiras a participar de leilão

Bento Albuquerque se reúne com empresas na maior feira do setor de petróleo para apresentar a nova licitação da cessão onerosa, marcada para dezembro

Pré-sal: Albuquerque participa da OTC, principal evento mundial do setor de óleo e gás (André Motta de Souza/Agência Petrobras/Divulgação)

Pré-sal: Albuquerque participa da OTC, principal evento mundial do setor de óleo e gás (André Motta de Souza/Agência Petrobras/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 16 de agosto de 2021 às 07h32.

Na tentativa de evitar que o leilão de dois grandes campos do pré-sal na Bacia de Santos, no litoral fluminense, em dezembro, volte a fracassar, como ocorreu em 2019, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, faz um road show pelos EUA em busca de investidores.

Acompanhado dos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas e Walton Alencar, de representantes da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e da estatal PPSA (que cuida dos contratos do pré-sal), Albuquerque participa da OTC, principal evento mundial do setor de óleo e gás.

Ele diz já ter marcados encontros com quatro petroleiras, a pedido das companhias, para tratar do leilão: a americana ExxonMobil, a colombiana Ecopetrol, a francesa Total e a chinesa CNOOC.

— É importante apresentarmos as características do leilão após eliminarmos as incertezas que tiveram em 2019. Isso é importante, porque certamente haverá empresas interessadas em participar do leilão, e é bom que elas conheçam o projeto — disse Albuquerque ao GLOBO.

Desconto de 70%

O governo quer licitar os campos de Atapu e Sépia, na Bacia de Santos, em dezembro. Os blocos não receberam ofertas no megaleilão da área original da chamada “cessão onerosa”, em novembro de 2019. Um consórcio liderado pela Petrobras levou os outros dois blocos, por R$ 70 bilhões, sem lances de concorrentes.

As petroleiras interessadas pagam um valor fixo de bônus, mas o vencedor da disputa é quem oferece o maior percentual da produção que pretende dividir com o governo, o chamado óleo-lucro, que equivale à produção de petróleo e gás descontados os royalties e custos de exploração.

O governo pretende arrecadar R$ 11 bilhões com o leilão, uma redução de cerca de 70% na comparação com o certame de 2019. A previsão é de R$ 200 bilhões em investimentos ao longo dos 35 dos contratos. A Petrobras já declarou interesse em ser operadora dos consórcios vencedores do leilão, prerrogativa prevista em lei.

— Eu estou muito otimista com o leilão pela forma como as empresas têm nos procurado. Esse leilão é diferente, porque é onde os campos já estão produzindo. Então, há um interesse muito grande, pela qualidade desse óleo e pela produtividade — disse Albuquerque.

O ministro acrescentou:

— As maiores empresas de petróleo do mundo estarão aqui presentes e nós faremos um
road show
para apresentarmos as características do leilão.

O ministro também terá encontros com representantes do Departamento de Energia dos EUA e reuniões para tratar da privatização da Eletrobras.

Enquanto isso, o ministério está finalizando o programa que dará um “bônus” aos consumidores que reduzirem o consumo de energia elétrica, por conta da crise hídrica. O programa deve começar a funcionar em setembro.

— Estou muito otimista pela forma como as empresas têm nos procurado. Esse leilão é diferente, porque é onde os campos já estão produzindo. Há um interesse muito grande, pela qualidade desse óleo e pela produtividade — disse o ministro, que também terá reuniões com o Departamento de Energia dos EUA e com interessados na privatização da Eletrobras.

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