Economia

PPPs só devem deslanchar no próximo governo, diz consultoria

Para a Tendências, Executivo não vai conseguir apresentar no prazo pretendido os editais de licitação dos empreendimentos prioritários

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h26.

Dificilmente o governo federal conseguirá assinar o primeiro contrato de Parceria Público-Privada (PPP) antes do final do mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva. A avaliação é de Sergio Conti, analista da Tendências Consultoria. O prazo fixado pelos ministérios do Planejamento e dos Transportes para a publicação dos dois primeiros editais é até novembro deste ano, com assinatura dos contratos de parceria até abril de 2006. Dentre os projetos prioritários (veja a lista abaixo), os dois mais urgentes seriam a Ferrovia Norte-Sul e um trecho da BR-116.

Conti explica que esse cronograma deve ser abandonado porque não há funcionários suficientes no governo capacitados para realizar a estruturação financeira dos projetos (veja reportagem do Portal EXAME sobre essa deficiência). E as prioridades definidas pelo governo são tecnicamente complexas, especialmente a Ferrovia Norte-Sul.

Mesmo com a colaboração técnica de órgãos internacionas de fomento, como o Banco Mundial (Bird) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), não está assegurada a resolução de todos os problemas "que certamente surgirão em função das peculiaridades brasileiras", afirma o consultor. Outra razão é que qualquer questionamento jurídico dos editais pode postergar a definição dos vencedores das licitações para o segundo semestre de 2006.

Além desses motivos, é pouco provável, dada especialmente a "elevada temperatura política" a 15 meses do pleito presidencial, que o governo tenha fôlego para lançar qualquer iniciativa relevante, como seria o caso das primeiras PPPs, nos meses que antecedem a eleição de outubro de 2006.

Intenções

Há cinco empreendimentos prioritários para execução via PPP nos planos do governo:

  • Construção da Ferrovia Norte-Sul;
  • Recuperação da BR-116, da fronteira do Rio de Janeiro até Feira de Santana (Bahia), passando por Minas Gerais;
  • Ferroanel de São Paulo;
  • Trecho ferroviário entre Guarapuava e Ipiranga, no Paraná;
  • Anel viário da cidade do Rio de Janeiro;
    Conti ressalva que, mesmo com as turbulências políticas em Brasília, o governo está avançando em questões como a formatação do Fundo Garantidor de Parcerias (FGP), cujo decreto de criação "deverá ser publicado em um futuro bastante próximo". O FGP deverá ser regulamentado como entidade de direito privado. Além disso, estuda-se uma fórmula jurídica para que em caso de default do poder público, a dívida não tenha status de precatório (pois a cobrança de precatórios é mais lenta e complicada).
  • Acompanhe tudo sobre:[]

    Mais de Economia

    Senado aprova em 1º turno projeto que tira precatórios do teto do arcabouço fiscal

    Moraes mantém decreto do IOF do governo Lula, mas revoga cobrança de operações de risco sacado

    É inacreditável que Trump esteja preocupado com a 25 de Março e Pix, diz Rui Costa

    Tesouro: mesmo com IOF, governo precisaria de novas receitas para cumprir meta em 2026