Economia

Powell diz que não permitirá que inflação exceda meta "substancialmente"

O presidente do banco central americano afirmou que a instituição visa uma inflação moderadamente acima de 2%

Presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell (Susan Walsh/Reuters)

Presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell (Susan Walsh/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 20 de abril de 2021 às 15h59.

Os Estados Unidos verão temporariamente uma inflação "um pouco mais alta" neste ano, à medida que a economia se fortalece e restrições de oferta elevam preços em alguns setores, mas o Federal Reserve (Fed) está empenhado em manter qualquer aumento inflacionário dentro dos limites, disse o chair do Fed, Jerome Powell, em carta com data de 8 de abril.

"Não buscamos inflação que exceda substancialmente 2%, nem buscamos inflação acima de 2% por um período prolongado", disse Powell ao senador republicano Rick Scott em texto de cinco páginas em resposta a uma carta de 24 de março do senador levantando preocupações sobre o aumento da inflação e o programa de compra de títulos do Fed.

"Gostaria de enfatizar, porém, que estamos totalmente comprometidos com as duas pernas de nosso mandato duplo – pleno emprego e preços estáveis."

O senador, que não faz parte do comitê bancário do Senado que supervisiona diretamente o Fed, tem sido um crítico veemente de Powell e alertado que as baixas taxas de juros e o programa de compra de títulos do Fed forçarão preços mais altos, prejudicando famílias e empresas.

Seu escritório disponibilizou a carta de Powell à Reuters e sugeriu que a resposta não amenizou as preocupações do senador.

"Os dados são claros de que a inflação está subindo, e o chair Powell continua a ignorar esse problema crescente", disse o gabinete de Scott à Reuters por e-mail.

"O senador Scott continua preocupado com o impacto que a inflação terá sobre as famílias norte-americanas de renda fixa e baixa, como o seu crescimento. Ele está pedindo ao chair Powell que desperte para esta ameaça, estabeleça um plano claro para enfrentar o aumento da inflação e proteger as famílias norte-americanas."

Powell disse em sua carta que a inflação baixa restringe a capacidade do Fed de compensar choques econômicos com uma política estimulativa e que, depois de uma década de inflação muito baixa, o Fed agora visa uma inflação moderadamente acima de 2%.

"Entendemos bem as lições da experiência de inflação alta nas décadas de 1960 e 1970 e os fardos que essa experiência criou para todos os norte-americanos", disse Powell na carta. "Não prevemos pressões inflacionárias desse tipo, mas temos as ferramentas para lidar com essas pressões, se elas surgirem."

Assine a EXAME e acesse as notícias mais importantes em tempo real

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemInflaçãoJerome Powell

Mais de Economia

Presidente do BID divulga estudo que avalia em R$ 87 bi os danos das enchentes no RS

Proposta de ampliar vale-gás com 'drible' arcabouço fiscal causa oposição entre ministros

EUA querem proibir software e hardware chineses em veículos conectados, dizem fontes

Estamos performando melhor, diz Haddad sobre descongelamento de R$ 1,7 bi do Orçamento