Poupança: no ano, a poupança geral acumula perda líquida de 48,497 bilhões de reais (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2015 às 21h49.
Brasília - A caderneta de poupança registrou saída líquida de 7,502 bilhões de reais em agosto, a pior para o mês na série histórica iniciada em 1995, dando sequência à trajetória de perdas num ano em que a inflação em alta vem pressionando o bolso dos brasileiros.
Enquanto o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) sofreu retirada líquida de 7,232 bilhões de reais no mês, a poupança rural teve saída de 270,130 milhões de reais, informou o Banco Central nesta sexta-feira.
No ano, a poupança geral acumula perda líquida de 48,497 bilhões de reais, também recorde para o período. O desempenho tem como pano de fundo cenário de preços em persistente alta, afetando a renda disponível num momento de economia em recessão e fraqueza no mercado de trabalho.
Para combater a inflação, que no acumulado em 12 meses se aproxima de 10 por cento, o BC elevou os juros em 3,25 pontos percentuais de outubro do ano passado a julho deste ano, decidindo deixá-los inalterados em 14,25 por cento ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira.
Uma das consequências do aperto foi também deixar a tradicional caderneta menos atrativa para os investidores. A poupança medida pelo SBPE é a principal fonte de financiamento imobiliário do país.
Mas com a Selic mais alta, aumenta a distância entre o rendimento da poupança, de 6 por cento ao ano mais um pequeno acréscimo da Taxa Referencial (TR), e aplicações cuja remuneração é baseada na Selic.
A sangria na caderneta vem afetando o financiamento imobiliário, já que, pelas regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), 65 por cento dos depósitos na caderneta devem ser obrigatoriamente direcionados ao crédito habitacional.
Com a escassez de recursos, vários bancos endureceram neste ano as regras para a concessão de empréstimos, entre eles a Caixa, líder no setor.