Economia

Poupança tem pior agosto em 20 anos, com saques de R$ 163 bi

Brasileiros retiraram R$ 7,501 bilhões a mais do que depositaram na poupança em agosto


	Poupança: em agosto, os saques na poupança somaram R$ 163,4 bilhões, superando os depósitos, que ficaram em a R$ 155,9 bilhões
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Poupança: em agosto, os saques na poupança somaram R$ 163,4 bilhões, superando os depósitos, que ficaram em a R$ 155,9 bilhões (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2015 às 15h53.

Brasília - O Banco Central (BC) informou hoje (4) que os brasileiros retiraram R$ 7,501 bilhões a mais do que depositaram na poupança em agosto.

Foi o pior resultado para o mês desde o início da série histórica do BC, em 1995, e o oitavo resultado negativo consecutivo da poupança em 2015. No acumulado do ano, a caderneta teve captação negativa de R$ 48,5 bilhões.

Até o momento, o pior resultado da poupança neste ano, e em toda a série histórica é o de março, quando os saques superaram os depósitos em R$ 11,438 bilhões.

Em agosto, os saques na poupança somaram R$ 163,4 bilhões, superando os depósitos, que ficaram em a R$ 155,9 bilhões. O valor total nas contas ficou em R$ 645,11 bilhões.

O volume dos rendimentos creditados nas cadernetas dos investidores alcançou R$ 4,373 bilhões.

Vários fatores têm contribuído para a fuga de recursos da poupança em 2015. Em primeiro lugar, as elevações da Selic (taxa básica de juros da economia), atualmente em 14,25% ao ano, tornaram a poupança menos atraente do que outras aplicações.

Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a caderneta é mais vantajosa do que os fundos de investimento apenas quando as aplicações são inferiores a seis meses, apesar de a poupança ser isenta de Imposto de Renda e de taxas de administração.

A alta da inflação também contribuiu para a perda de atratividade da poupança.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 9,56% no acumulado de 12 meses até julho.

O aumento dos preços e do endividamento dos consumidores diminui a sobra de recursos a ser aplicada na caderneta.

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