Porto Seguro: "Vejo com preocupação o tamanho do desafio que Temer encontrará. O desarranjo é gigantesco", (Quatro Rodas)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2016 às 17h40.
São Paulo - O economista-chefe da Porto Seguro Investimentos, José Pena, avaliou que o desafio da equipe do presidente interino Michel Temer é preocupante pelo tamanho.
"Vejo com preocupação o tamanho do desafio que Temer encontrará. O desarranjo é gigantesco", disse.
Segundo o especialista, a boa notícia que pode ajudar o governo a enfrentar a atual difícil situação política são os nomes da equipe econômica do peemedebista.
"Henrique Meirelles e Ilan Goldfjan são nomes de credibilidade e qualquer ação que eles anunciem o mercado vai entender que é estritamente de viés econômico", falou.
Nesse sentido, ele acredita que o Banco Central deverá agir com dureza no início do novo governo, pois ambos têm perfis de "quem já chega jogando".
"Pode até ser que o começo do ciclo de corte da Selic 'atrase', mas quando vier não desapontará", espera.
Com relação a ajustes, Pena disse que a prioridade deveria ser a diminuição e os vínculos dos gastos. "Mexer na Previdência também deveria ser foco, mas é mais para médio prazo", disse.
Porém, Pena ressalta que são necessárias medidas para aumentar arrecadação. "Gostando ou não da ideia, vai ter que ter aumento de tributação, seja ele temporário ou definitivo", disse, citando que a volta da CPMF é certeza, a questão é só o tempo.
O economista-chefe da Porto Seguro Investimentos também fez algumas considerações sobre a aposta do governo nas exportações com um dos pilares para a retomada do crescimento da economia.
"Além de ainda sermos um País muito fechado para o comércio internacional, a parcela do setor exportador no PIB ainda é muito baixa. E o comércio externo não traz ganho tributário relevante como o consumo interno", ressaltou.
Pena ainda disse que o maior impacto das medidas do governo Temer virá em 2017. "2016 está praticamente dado e acredito numa queda de 3,8% no PIB neste ano", afirmou.
Para o ano que vem, o especialista aposta em um crescimento de 1% a 1,5% do PIB, com chance de chegar a 2%.