Economia

Por mais que protestem, não seguram desenvolvimento, diz Temer

Em evento em SP, ele disse que “não foram poucos os embaraços” de seu governo por causa de quem quis “desestabilizar o país com gestos irresponsáveis”

O presidente Michel Temer é possível candidato a reeleição (Paulo Whitaker/Reuters)

O presidente Michel Temer é possível candidato a reeleição (Paulo Whitaker/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 2 de abril de 2018 às 17h26.

Última atualização em 2 de abril de 2018 às 17h45.

São Paulo – O presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira (02) que “por mais que as pessoas protestem e tentem segurar o desenvolvimento do país, não conseguem”.

A declaração foi dada durante o Fórum Econômico Brasil-Países Árabes realizado no hotel Unique em São Paulo.

Ele declarou que “não foram poucos os embaraços” que seu governo passou por causa de pessoas que quiseram “desestabilizar o país com gestos irresponsáveis”.

Sua avaliação foi que estas pessoas não especificadas “não sentem brasilidade no coração”, pois teriam causado problemas para as relações internacionais do país com esta atitude.

Na abertura do evento, a economista-chefe da XP Investimento, Zeina Latif, ofereceu sua explicação para o relativo silêncio das ruas no período recente:

“Temos um presidente com baixa taxa de aprovação, mas uma população que não vai as ruas protestar contra a política econômica porque ela está funcionando”.

Eleições

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou no evento que a tarefa de tirar o Brasil da recessão “está encerrada” após o crescimento de 1% em 2017 e previsão de 3% em 2018.

Ele defendeu que o presidente “enfrentou, fez, venceu e está vencendo o desafio” de implementar uma “ampla gama de reformas” cujas implicações “não foram integralmente percebidas mas vão ficar mais claras com o tempo”.

Meirelles vai se filiar ao MDB nesta terça-feira (03) para tentar a candidatura do partido à Presidência da República e deve deixar o Ministério ainda essa semana.

Seu substituto será Eduardo Guardia, atual secretário-executivo da Fazenda. Todo o arranjo foi feito com a anuência do presidente, que também se declara potencial candidato.

Paulo Rabello de Castro, que deixou recentemente a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para tentar a Presidência pelo PSC, falou em um dos painéis em tom eleitoral:

“Somos um país difícil, mas espero que um novo Brasil emerja em 2019”.

Ele defendeu que um novo ciclo de desenvolvimento do país depende de uma volta para a fórmula anterior, cujo auge aconteceu entre os anos 60 e os anos 80, e que era caracterizada por três elementos: sentido de nação, planejamento estratégico e prestação de contas pelo governo para a população.

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