Economia

Políticas climáticas podem elevar PIB global em US$2,6 tri

Segundo o Banco Mundial, a produção econômica pode aumentar 2,2% por ano se houver melhora na eficiência energética, a gestão de resíduos e o transporte público


	Transporte público: políticas climáticas poderão evitar 94 mil mortes por ano
 (Friedemann Vogel/Getty Images/Getty Images)

Transporte público: políticas climáticas poderão evitar 94 mil mortes por ano (Friedemann Vogel/Getty Images/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2014 às 22h47.

Londres - A produção econômica global poderá aumentar em até 2,6 trilhões de dólares adicionais por ano, ou 2,2 por cento, até 2030 se as políticas governamentais melhorarem a eficiência energética, a gestão de resíduos e o transporte público, de acordo com um relatório do Banco Mundial divulgado nesta terça-feira.

O relatório, produzido com o grupo filantrópico Fundação ClimateWorks, analisou os benefícios de políticas ambiciosas para reduzir as emissões provenientes dos transportes, da indústria e da construção, bem como resíduos e combustíveis em Brasil, China, Índia, México, Estados Unidos e União Europeia.

O documento concluiu que uma mudança para um sistema de transporte de baixa emissão de carbono e a melhoria da eficiência energética em fábricas, edifícios e aparelhos poderiam aumentar o crescimento global do Produto Interno Bruto (PIB) em 1,8 trilhão de dólares adicionais, ou 1,5 por cento, por ano até 2030.

Se o financiamento e o investimento em tecnologia aumentarem, o PIB global poderá crescer 2,6 trilhões de dólares adicionais, ou 2,2 por cento, por ano até 2030, disse o Banco Mundial.

Políticas climáticas também poderão evitar pelo menos 94 mil mortes prematuras por ano provocadas por doenças relacionadas à poluição até 2030, melhorar a produtividade das lavouras e evitar a emissão de 8,5 bilhões de toneladas métricas de gases do efeito estufa, o mesmo que tirar cerca de 2 bilhões de carros das ruas.

Por exemplo, se a China implantar 70 milhões de fogões de baixa emissão de carbono, a ação poderia evitar cerca de 1 milhão de mortes prematuras devido à poluição e gerar quase 11 bilhões de dólares em benefícios econômicos, segundo o relatório.

"Essas intervenções deveriam parecer óbvias para os governos de todo o mundo", disse o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, a repórteres em uma teleconferência. "O relatório remove outra barreira falsa, outro falso argumento para não tomar medidas contra a mudança climática", acrescentou.

Em março, um relatório elaborado por um painel de cientistas da ONU projetou que os efeitos do aquecimento global poderiam reduzir a produção econômica global entre 0,2 e 2,0 por cento ao ano ao prejudicar a saúde humana, interromper o abastecimento de água e aumentar o nível do mar.

No entanto, muitos países acreditam que esse cenário é subestimado porque exclui os riscos de mudanças catastróficas, como o derretimento do gelo da Groenlândia e o colapso dos recifes de coral que podem causar perdas econômicas generalizadas.

Para acelerar as ações sobre as mudanças climáticas, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convidou os chefes de Estado, governos, empresas e sociedade civil para uma cúpula do clima em 23 de setembro, em Nova York.

O encontro tem como objetivo fomentar o progresso no sentido de obter um acordo até o fim de 2015 que obrigue todos os países a reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

O avanço das negociações é lento. Uma cúpula preliminar da ONU em Bonn, na Alemanha, no início do mês, só conseguiu dar passos hesitantes em direção a um acordo.

Acompanhe tudo sobre:Banco MundialIndicadores econômicosPIBSustentabilidade

Mais de Economia

Governo propõe ao Congresso mudança em estatais que pode abrir espaço no limite de gastos

Governo propõe ao Congresso mudança em estatais que pode abrir espaço no limite de gastos

Lula afirmou que tem compromisso com equilíbrio fiscal, diz presidente da Febraban após reunião

“Queremos garantir que o arcabouço tenha vida longa”, diz Haddad, sobre agenda de revisão de gastos