Economia

Política monetária restritiva deve levar PIB a 1,5% em 2022, diz Mansueto

Com juros mais altos para reduzir a inflação, a projeção de crescimento é de 1,5% em 2022

Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual
 (Amanda Perobelli/Reuters)

Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual (Amanda Perobelli/Reuters)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 14 de setembro de 2021 às 15h07.

Para o economista-chefe do banco BTG Pactual, Mansueto Almeida, a frustração com o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que registrou queda de 0,1%, não significa que as expectativas sejam ruins para este ano. A projeção dele é de crescimento de 5,3% em 2021. “O número ainda é positivo”, afirmou Mansueto, no MacroDay 2021, evento do banco BTG Pactual, nesta terça-feira, 14.

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“Na questão de curto prazo, a gente teve recentemente a divulgação do crescimento do PIB do segundo trimestre. A má notícia foi que o mercado esperava crescimento de 0,2% e veio queda de 0,1%. Todo mundo puxou para baixo o crescimento”, disse Mansueto. Ainda assim, segundo ele, mesmo se a economia não reagir nada até o fim do ano, já há garantia de crescimento de 4,9%.

A projeção de Mansueto é que a economia brasileira cresça 5,3% no ano, com resultado positivo nos próximos meses. Ele espera altas de 0,5% no terceiro e no quarto trimestres. “Mesmo com essa frustração do PIB no segundo trimestre, a perspectiva de crescimento neste ano ainda é boa”, disse o economista-chefe do BTG Pactual.

Já para 2022, o cenário é diferente. “Para o próximo ano, temos um evento negativo, que é o cenário de inflação muito mais desafiador do que todos nós esperávamos há cerca de quatro, cinco meses”, pontuou. A expectativa é que 2021 termine com inflação de 8,6%. Em 2022, “a gente ainda vai ter inflação um pouco acima da meta, 4,1%”, disse.

No ano que vem, a Selic deve chegar a 8,5%, pelas projeções dele. Com juros mais altos para reduzir a inflação, a projeção de crescimento é de 1,5%. Mansueto enfatizou que “o cenário é muito diferente de 2016, 2017, 2018 e 2019, que estava com taxa de juros caindo e crescimento médio de 1,5%”. O crescimento mais baixo, nesse caso, é pela “política monetária restritiva”, disse. 

Mansueto lembrou que, este ano, houve quebra de safra agrícola muito maior do que o mercado esperava. “Não significa que nosso potencial de crescimento da produção agrícola seja menor nos próximos anos. Não devemos confundir questão conjuntural de três meses com perspectiva de crescimento menor”, disse.

O economista também ressaltou que o setor de serviços está em recuperação, o que mostra boas perspectivas. “O carrego estatístico para o terceiro trimestre é alto. Isso deve ajudar a recuperação do emprego, porque mais de 70% do emprego no Brasil está ligado ao setor de serviços”, disse.

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