Economia

Política monetária não deve reagir a efeitos do câmbio, diz Ilan

Para o presidente do Banco Central, as reformas na economia também devem continuar em rumo apesar do cenário político

Ilan Goldfajn: para ele, o Copom deve buscar identificar efeitos primários de choques em preços relativos, aos quais a política monetária não deve reagir (Ueslei Marcelino/Reuters)

Ilan Goldfajn: para ele, o Copom deve buscar identificar efeitos primários de choques em preços relativos, aos quais a política monetária não deve reagir (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 19 de maio de 2017 às 13h17.

Brasília - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reforçou nesta sexta-feira a importância do país continuar no caminho das reformas na economia apesar do cenário de maior incerteza política e que política monetária não deve reagir à volatilidade do mercado de câmbio.

"A política econômica doméstica mudou de direção há um ano e as reformas implementadas neste curto período mostraram resultados positivos, por isso a importância de se continuar no caminho correto, a despeito do aumento da incerteza política", disse ele durante evento em São Paulo em apontamentos divulgados no site do BC.

Nesta sexta-feira, o dólar caía quase 3 por cento frente ao real, após ter marcado na véspera a maior alta diária desde o início de 1999, por conta de denúncias envolvendo o presidente Michel Temer em delações de executivo da JBS.

Ilan afirmou que num ambiente de expectativas de inflação ancoradas, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve buscar identificar efeitos primários de choques em preços relativos, aos quais a política monetária não deve reagir.

"Isso se aplica tanto ao choque de oferta favorável nos preços de alimentos, ocorrido nesse início deste ano, quanto a efeitos advindos do mercado de câmbio", afirmou.

O presidente do BC reiterou que a autoridade monetária tem atuado em coordenação com o Ministério da Fazenda para dar liquidez aos mercados e que possui várias instrumentos à disposição para tanto.

Repetindo comunicação feita na véspera, também disse que a atuação tem como objetivo a manutenção da "plena funcionalidade dos mercados" e que será feita de forma "firme e serena".

Ilan também reiterou que "não há relação direta e mecânica dessa atuação e monitoramento com a política monetária, que continuará a ser definida pelo Copom, em suas reuniões ordinárias, com foco nos seus objetivos tradicionais".

No fim do mês, o BC se reúne para sua próxima decisão sobre a Selic, atualmente em 11,25 por cento ao ano. Nesta sexta-feira, a curva a termo de juros indicava cerca de 70 por cento de chances de a Selic ser reduzida em 0,75 ponto percentual. Até a crise política, as apostas majoritárias indicavam redução de 1,25 ponto.

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