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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - A próxima Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) apresentará estatísticas sobre o uso do tempo pelos brasileiros. Será a primeira vez que a Pnad trará esse tipo de dado.
A Pnad é feita pelo Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE) a cada dois anos. Ainda não há data marcada para a sua divulgação. Atualmente a pesquisa está em fase de coleta.
Na América Latina, institutos de dez países - Cuba, México, Equador, Uruguai, Chile, Nicarágua, Guatemala, Costa Rica, Bolívia e República Dominicana - já fazem pesquisas sobre o uso de tempo por suas populações.
Os dados sobre o uso do tempo serão essenciais para demonstrar, por exemplo, o trabalho não remunerado, tradicionalmente feito pelas mulheres no Brasil, diz a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres.
Ontem (30), durante a reunião da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), a ministra informou que a Pnad está buscando informações sobre como a população brasileira usa o tempo. "Esse dado será importante não só para identificar o trabalho invisível, não remunerado, realizado em nosso país pela mulheres, mas também servirá de base para análises das relações de gênero que estabelecemos."
Nilcéa lembrou ainda que o estudo do uso do tempo já é feito na Espanha, onde se chegou à conclusão de que se o Estado fosse remunerar o trabalho doméstico das mulheres teria que pagar 12% do PIB. "As mulheres são responsáveis por manter a roda girando e esse trabalho não é reconhecido como uma contribuição social, mas visto como uma atividade pessoal."
A ministra destacou também a parte do documento A Hora da Igualdade. Brechas por Fechar, Caminhos por Abrir que enfatiza a importância da inclusão das mulheres no mercado de trabalho para o desenvolvimento econômica dos países latino americanos e caribenhos. "O documento mostra que as mulheres formam 50% da força de trabalho nos países da América Latina e do Caribe, mas ainda ocupam posições menos prestigiadas e trabalham em locais insalubres e precários."