Economia

PMI da China decepciona e pode haver mais afrouxamento

O Índice de Gerentes de Compra chinês mostrou queda nas encomendas de exportação e alta de estoques


	O PMI de indústria da China compilado pelo instituto Markit caiu para 47,8 neste mês
 (China Photos/Getty Images)

O PMI de indústria da China compilado pelo instituto Markit caiu para 47,8 neste mês (China Photos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2012 às 07h54.

Pequim/Xangai - O setor industrial da China se contraiu em agosto no maior ritmo em nove meses, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compra (PMI), que mostrou queda nas encomendas de exportação e alta de estoques, um sinal de que mais estímulo político pode ser necessário para garantir um avanço do crescimento no segundo semestre.

Conforme analistas e investidores ressaltam a maior necessidade de Pequim agir para dar suporte à economia, o banco central da China completou nesta quinta-feira sua maior injeção semanal de fundos no sistema financeiro em sete meses, totalizando 278 bilhões de iuanes (43,77 bilhões de dólares) -- medida que operadores viram como uma substituição para um corte na taxa de compulsório.

O PMI de indústria da China compilado pelo instituto Markit --uma leitura preliminar que fornece uma avaliação para agosto-- caiu para 47,8 neste mês, o menor nível desde novembro e bem abaixo do número final de julho, de 49,3.

"É muito difícil dar uma interpretação positiva a qualquer coisa dentro dos dados", disse o estrategista-chefe de câmbio do Westpac Bank, Robert Rennie.

A queda da demanda da Europa, maior mercado de exportação da China, colocou a economia chinesa sob pressão, com os problemas agora sendo sentidos pelo leste asiático.

O Japão informou na quarta-feira que as exportações tinham recuado em julho no maior ritmo em seis meses devido à queda dos embarques para Europa e China.

O PMI tem ficado abaixo da marca de 50 --que divide expansão de contração-- há 10 meses seguidos, e o índice agora está em níveis raramente vistos desde a crise financeira global de 2008/2009.

Mas a China se mostra relutante em apresentar um pacote de estímulo massivo como fez em 2008. Em vez disso, optou por abrir mais setores ao capital privado para ajudar a financiar novos projetos de investimento.

"Para alcançar a meta política de estabilizar o crescimento e o mercado de trabalho, Pequim tem que acelerar o afrouxamento político para levantar o investimento em infraestrutura nos próximos meses", disse Qu Hongbin, economista-chefe do HSBC, patrocinador da pesquisa.

Pequim tem acelerado os gastos fiscais em projetos importantes, reduziu o depósito compulsório para liberar estimados 1,2 trilhão de iuanes (190 bilhões de dólares) para empréstimos e reduziu duas vezes as taxas de juros no espaço de quatro semanas em junho e julho.

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