Cana de açúcar: previsão foi reduzida para 568 milhões de toneladas (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2014 às 12h52.
Londres - A consultoria Platts Kingsman reduziu sua previsão para a safra de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil em 7 milhões de toneladas, para 568 milhões, devido aos efeitos da seca prolongada no país e a baixas produtividades, embora a estimativa ainda esteja acima da realizada pelas próprias usinas.
Os números da Platts Kingsman fornecidos para a Reuters mostram uma estabilidade na produção de açúcar em 2014/15 em 32,87 milhões de toneladas. O mix de produção deverá ser de 44,8 por cento de cana indo para a produção de açúcar, ante 45 por cento na previsão anterior.
A empresa fornecedora de dados havia feito sua última estimativa em junho, quando chuvas eram esperadas para os meses seguintes. No entanto, o tempo ficou mais seco que o esperado, apesar de chuvas esparsas em julho.
"Apesar de o total de cana processada até o final de julho ser maior que ano passado, a produtividade agrícola está muito abaixo, devido à seca", avaliou a Platts Kingsman em seu relatório.
"A produtividade média de 2013/14 ficou perto de 79-80 toneladas de cana por hectare, enquanto este ano esperamos um índice perto de 72-73 toneladas/hectare." Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgados na terça-feira, a moagem de cana do centro-sul do Brasil em 2014/15 deverá ficar em 545,9 milhões de toneladas, ante 580 milhões de sua previsão de abril.
A produção de etanol na região deverá ficar em 24 bilhões de litros, 6,14 por cento menos que em 2013/14, enquanto a de açúcar cairá 8,6 por cento, para 31,36 milhões de toneladas, previu a Unica.
A Platts Kingsman disse que as produtividades têm sido fracas e que deverão ficar assim até o final da safra.
As produtividades agrícolas tendem a cair à medida que a temporada aproxima-se do final.
O analista sênior da Platts Kingsman Claudiu Covrig disse que as especulações do mercado sobre a possibilidade de um encerramento abrupto da moagem não é uma certeza, apesar das baixas produtividades.
"Ainda acreditamos que haverá um número importante de usinas moendo em outubro, reduzindo gradualmente a atividade até novembro", afirmou.
"Agora que entramos na segunda metade da temporada, a cana em muitas áreas ainda está pouco desenvolvida e alguns contatos acreditam que as usinas podem preferir deixar a cana em pé", disse o relatório da Platts Kingsman.
Algumas estimativas apontam para até 20 milhões de toneladas de cana sendo deixada no campo para a próxima temporada.
"Neste ponto, e considerando as dificuldades financeiras enfrentadas por muitas usinas, nós ainda acreditamos que as usinas irão tentar moer o máximo possível, para diluir custos", disse a consultoria.