Fazenda de soja em Mato Grosso: alta produtividade com inovação e máquinas (Ricardo Teles/Pulsar Imagens)
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2012 às 17h34.
São Paulo - Após um início prematuro em setembro, faltou chuva para o plantio de soja da temporada 2012/13 evoluir em outubro com intensidade no Mato Grosso, o maior produtor da oleaginosa do Brasil.
No entanto, a situação ainda não é grave o suficiente para alterar a expectativa de uma safra recorde, especialmente com as chuvas se regularizando como se espera em novembro, segundo avaliação da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil) e também de um agrometeorologista da Somar Meteorologia.
"Está uma safra normal, está diferente em relação a alguns anos, mas isso é normal, não tem nada que diga que está afetando a safra", afirmou à Reuters o presidente da Aprosoja, Glauber Silveira.
"Claro que existem produtores preocupados, que podem se complicar. Pode ter produtor que plantou com pouca umidade, mas até o momento é muito cedo para dizer se pode ter um problema", acrescentou ele.
O plantio em Mato Grosso evoluiu para 50,3 por cento da área recorde de 7,89 milhões de hectares projetada para 2012/13, avanço de 17,5 pontos percentuais na comparação com a semana anterior, informou nesta sexta-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), órgão ligado aos produtores.
Apesar do avanço, o plantio está atrasado ante o verificado na mesma época do ano passado (58,1 por cento da área), isso após os produtores terem iniciado a semeadura dez dias mais cedo este ano, com precipitações ocorridas em setembro.
O Imea prevê uma produção recorde de 24,1 milhões de toneladas, ante 21,3 milhões na safra passada. O Mato Grosso pode produzir quase um terço da safra do Brasil, que poderia se tornar o maior produtor mundial em 12/13, após a quebra da colheita nos Estados Unidos.
Diante da quebra nos EUA, espera-se que o Brasil ajude a aliviar o aperto dos estoques globais.
"É normal ter essas secas em outubro, é cíclico, acontece. Alguns anos acontece. O que pode acontecer é atrasar, comprometer a safrinha (de milho), mas também vai depender de como vão se estender as chuvas", afirmou Silveira, referindo-se à expectativa para a safra de milho, plantada após a colheita da soja.
Segundo a Somar Meteorologia, as chuvas só vão retornar mesmo no final da semana que vem em volumes expressivos para o Centro-Oeste, assim como outras áreas produtoras.
A exceção será o Sul, onde as chuvas chegarão em volumes expressivos neste final de semana, o que deve paralisar os trabalhos de semeadura.
"O Sul não planta por causa de chuvas. O Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste não plantam por causa de falta de chuva", afirmou o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Somar.
Após passagem das chuvas, os produtores do Sul deverão poder desenvolver os trabalhos, já no meio da próxima semana. No Centro-Oeste, as chuvas irregulares continuarão durante a próxima semana.
"Essa frente que vai se formar amanhã vai avançando aos poucos e vai chegar até o Sul do Maranhão e Piauí. No final da semana que vem já chove em todos os Estados. A partir do feriado do dia 2 temos chuvas regulares." Para o agrometeorologista também é muito prematuro falar em quebra de produção. "O plantio está atrasado, porém se novembro for um mês mais redondo, a produção vai ser boa." Segundo o agrometeorologista, como este ano o clima está neutro, ou seja, sem influência do La Niña ou do El Niño, poderão ocorrer alguns períodos de tempo seco no Sul durante o verão, afetando eventualmente a safra.