Economia

Planos de saúde perdem 766 mil beneficiários em 2015

O principal segmento a pressionar as perdas foi o empresarial


	Queda nos planos de saúde: o principal segmento a pressionar as perdas foi o empresarial
 (Arquivo/Agência Brasil)

Queda nos planos de saúde: o principal segmento a pressionar as perdas foi o empresarial (Arquivo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2016 às 13h55.

São Paulo - Diante da crise econômica e do aumento do desemprego, o mercado brasileiro de planos de saúde médico-hospitalares perdeu cerca de 766 mil beneficiários em 2015, queda de 1,5% em relação ao ano anterior.

Assim, o setor encerrou dezembro de 2015 com um total 49,73 milhões de beneficiários, ante 50,50 milhões no fim de igual mês de 2014, segundo dados do boletim "Saúde Suplementar em Números", produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) a partir da atualização da base de informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e obtidos com exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Uma prova de que a piora do mercado de trabalho afetou negativamente os números é encontrada nos contratos coletivos empresariais, aqueles oferecidos pelas empresas aos seus funcionários.

Esse foi o principal segmento a pressionar as perdas: o saldo foi negativo em 404,8 mil vínculos, uma diminuição de 1,2% em relação a 2014.

Isso significa que, somente os planos coletivos empresariais responderam por 52,85% de todos os beneficiários que deixaram de ter plano de saúde em 2015.

Mas o IESS constatou retração em todos os tipos de contratação de planos de saúde.

Os planos coletivos por adesão (aqueles firmados por intermédio de entidades de classe, por exemplo) registraram queda de 1,9% do total de vínculos em 2015 em comparação a 2014, ou saída de 128,7 mil beneficiários.

Já o total de beneficiários de planos individuais ou familiares caiu 1,6%, o que representa 158,6 mil vínculos a menos do que em 2014.

Mesmo com os números negativos, o superintendente-executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro avalia que o setor demonstra a resiliência em relação ao conjunto da economia, ao comparar a queda do PIB e o fechamento de postos com carteira assinada no mercado de trabalho.

Ainda assim, devido a uma série de fatores, Carneiro diz que a situação é "grave".

"A situação aqui é mais preocupante porque a queda de receitas não está sendo acompanhada pela diminuição da variação dos custos para o setor", ressalta o superintendente-executivo do IESS.

"Até junho de 2015, a Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH) apurada pelo IESS teve alta de 17,1% em 12 meses", acrescenta Carneiro.

Exceção

O único segmento da saúde suplementar que não apresentou retração do total de beneficiários foi o de planos de saúde exclusivamente odontológicos. Na comparação entre 2014 e 2015, o segmento cresceu 3,8%, registrando a adesão de 795,1 mil vínculos.

Ainda assim, o executivo do IESS afirma que "é nítida a redução no ritmo de crescimento deste mercado". "Na comparação entre 2013 e 2014, o total de beneficiários de planos de saúde exclusivamente odontológico havia crescido 4,8%, registrando o acréscimo de quase um milhão de beneficiários", relembra.

Carneiro acredita, contudo, que os planos odontológicos ainda devem apresentar crescimento ao longo de 2016, já que a base de beneficiários deste tipo de plano ainda é relativamente pequena em comparação a dos planos médico-hospitalares.

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