Paulo Guedes: ministro da Economia esteve em evento no Rio Grande do Sul (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de agosto de 2019 às 16h11.
Última atualização em 1 de agosto de 2019 às 17h08.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, 1, em evento na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (RS), que seu plano continua ser vender todas as estatais federais, mas admitiu que esse cenário é muito difícil. Ele brincou que o fato de não conseguir sempre o que pretende, como ocorreu com a reforma da Previdência, é a "beleza da democracia".
"Queria economia de R$ 1 trilhão na reforma, não consegui. Quero privatizar todas as estatais, não vou conseguir, é a democracia" disse. Ele sinalizou ainda que os cálculos do governo para venda de imóveis podem estar subestimados e a arrecadação pode ser maior.
Guedes voltou a criticar o excesso de gastos públicos e disse que o Estado hoje "gasta muito e gasta mal". Ele destacou o gasto com o funcionalismo: "Trabalhamos o ano todo para pagar salários e aposentadorias do funcionalismo público", disse.
Guedes disse que as prioridades da equipe econômica para o próximo semestre são o pacto federativo e a reforma tributária.
Ele ponderou, contudo, que uma nova forma de relacionamento com os Estados e municípios deve demorar, no mínimo, entre seis meses e um ano.
Ele afirmou que já tem conversado com senadores, deputados, com o Tribunal de Contas da União (TCU) e com o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre um novo pacto federativo e tem tido boa disposição por parte dessas instituições.
Mais cedo, ele já havia dito que pretende desvincular todas as receitas para que os Estados, que hoje vivem uma situação financeira muito complicada, não acabem em uma situação em que possuem recursos em fundos que não podem ser utilizados para suas necessidades reais, por estarem "carimbados", ou seja, têm vinculação específica.
Guedes também comemorou o acordo comercial firmado com a União Europeia e afirmou que, após a assinatura do entendimento com os europeus, os americanos despertaram para o assunto. Nessa semana o governo recebeu o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, que falou em livre comércio. "Quando assinamos acordo com a UE, os americanos chegaram e disseram e eu?", disse.