Waldery Rodrigues e Paulo Guedes: o ministro da Economia também disse nesta terça-feira que o pior já passou (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de setembro de 2020 às 15h34.
Última atualização em 4 de setembro de 2020 às 17h51.
O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, reforçou nesta sexta-feira, 4, a avaliação que o pior momento da crise econômica causada pela pandemia de covid-19 já ficou para trás. Segundo ele, o governo deve revisar a projeção para a queda do produto interno bruto (PIB) nos próximos dias. A estimativa atual da Secretaria de Política Econômica (SPE) é de retração de 4,7% na economia em 2020.
"Todos os dados que temos indicam que o pior já passou. Isso é verdade para a arrecadação do governo federal, dos estados e dos municípios. O ICMS e o imposto de renda mostram recuperação e apontam que a economia está andando. As notas fiscais eletrônicas também apontam nesse sentido, assim como o consumo de energia com forte recuperação", repetiu o secretário.
Waldery avaliou que o crescimento da taxa de poupança da economia brasileira no segundo trimestre deste ano pode permitir que ao longo do tempo haja um ajuste para a retomada dos investimentos, na margem.
A taxa de investimentos da economia brasileira caiu para 15% do PIB no segundo trimestre de 2020, percentual menor que o da taxa de poupança da economia brasileira, que ficou em 15,5% entre abril e junho deste ano.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também disse na terça-feira, 1º de setembro, que não causa preocupação ao governo o recuo histórico de 9,7% do produto interno bruto (PIB), no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três primeiros meses do ano.
O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia destacou que parte do pagamento da parcela de 300 reais do auxílio emergencial de dezembro poderá chegar aos beneficiários apenas em janeiro do próximo ano, seguindo o cronograma de transferências da Caixa Econômica Federal.
"Mas todo o impacto primário da prorrogação do auxílio ficará contido em 2020", garantiu Waldery.
O secretário especial adjunto de Fazenda, Gustavo Guimarães, acrescentou que a transferência dos recursos do auxílio da União para a Caixa ocorrerá ainda neste ano.
Waldery esclareceu ainda que a sobra de recursos 6,1 bilhões do total de 16 bilhões de reais em repasses emergenciais que iriam para os Fundos de Participação de Estados e municípios (FPE e FPM) serão redirecionado a medidas relacionadas ao combate da covid-19. "A destinação de recursos para obras, por exemplo, virá de outras fontes, provavelmente de cancelamento de despesas", explicou.