Economia

Pimco deixa Brasil de fora de lista de países reformistas

O motivo? A decisão do governo de adiar uma abrangente reforma do inchado e ineficiente sistema previdenciário do País

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente Michel Temer (Mateus BonomiI/AGIF/Estadão Conteúdo)

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente Michel Temer (Mateus BonomiI/AGIF/Estadão Conteúdo)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 24 de fevereiro de 2018 às 08h00.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2018 às 08h00.

Não durou muito. Menos de um ano após elogiar a agenda de medidas econômicas do governo brasileiro, a gestora de recursos Pimco não inseriu o Brasil na lista de países apoiados pelo avanço de reformas.

O motivo? A decisão do governo de adiar uma abrangente reforma do inchado e ineficiente sistema previdenciário do País.

“Não estamos particularmente otimistas com a reforma da previdência no curto prazo”, disse Yacov Arnopolin, gestor de carteiras da Pacific Investment Management Co. em Londres, que cita África do Sul, México e Argentina como lugares onde as reformas estão avançando. “Nossa lista está focada em lugares onde podemos ver um momentum favorável.”

O Brasil desistiu de colocar o projeto de lei de reforma da previdência em votação neste mês após convocar as Forças Armadas para restaurar a ordem no estado do Rio de Janeiro, onde está localizada a cidade atormentada pela violência que é a principal atração turística do País.

Por lei, são vedadas mudanças na Constituição, como as previstas pelo impopular projeto de lei, durante uma intervenção militar.

Para tranquilizar os investidores, o governo criou uma nova agenda de prioridades que inclui propostas econômicas como a independência do banco central e medidas de simplificação fiscal.

Não bastou para a Pimco, que nove meses atrás ressaltava a melhora dos fundamentos do Brasil, a estabilidade do câmbio e o andamento da agenda de reformas.

Arnopolin afirma que a Pimco continua overweight em relação à dívida externa do Brasil, focada em títulos corporativos e nos chamados quase soberanos.

Nos últimos 12 meses, a dívida corporativa brasileira deu retorno de cerca de 7,6 por cento, superior à média dos mercados emergentes, de 4,8 por cento.

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