PIB: resultado veio acima das expectativas do mercado (Getty Images/Getty Images)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 5 de dezembro de 2023 às 09h02.
Última atualização em 5 de dezembro de 2023 às 09h30.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,1% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado nesta terça-feira, 5, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, totalizou R$ 2,741 trilhões em valores correntes no trimestre. O resultado ficou acima da expectativa do mercado financeiro, que esperava uma queda entre 0,2% e 0,4%. Alta do setor de serviços e aumento do consumo das famílias explicam o resultado.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2022, o PIB cresceu 2,0%, impactado pelos resultados positivos dos três grandes setores. Segundo o IBGE, essa é a terceira taxa positiva seguida, após a variação de -0,1% nos últimos três meses do ano passado. O PIB acumula alta de 3,2% no período de 12 meses.
Com o resultado, a atividade econômica brasileira opera 7,2% acima do patamar pré-pandemia, registrado no quarto trimestre de 2019, e atinge o ponto mais alto da série histórica.
Além do resultado do terceiro trimestre, o IBGE divulgou a revisão de todos os trimestres do ano passado e dos dois primeiros deste ano. Com a revisão, o resultado de 2022 teve uma variação positiva de 0,1%. No caso do primeiro trimestre de 2023, a revisão derrubou o resultado de 1,9% para 1,4%. No segundo trimestre, a variação foi de 0,9% para 1%. "As revisões do primeiro e segundo trimestres de 2023 foram mais relacionadas à agropecuária, porque agora incorporamos as estimativas de novembro do LSPA, com o ano já terminando”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
De acordo com o IBGE, dois dos três grandes setores econômicos avançaram no trimestre: Indústria, com alta de 0,6%, e Serviços. com avanço de 0,6%.
Das sete atividades analisadas no setor de serviços, seis ficaram no campo positivo. Os maiores aumentos percentuais vieram de seguros e serviços relacionados, com alta de 1,3%, especialmente na parte ligada aos seguros, e as imobiliárias (1,3%), com o aumento no número dos domicílios.
Entre as atividades industriais, o único crescimento foi registrado pelo setor de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (3,6%), influenciado pelo crescimento no consumo de energia. “Está sendo um ano bom para o setor, sem problemas hídricos e com bandeira verde. Também foi muito quente, o que favoreceu o consumo de eletricidade e de água”, analisa Palis.
“A agropecuária atingiu o seu maior patamar no trimestre passado e neste há a saída da safra da soja, a maior lavoura brasileira, que é concentrada no primeiro semestre. Então há a comparação de um trimestre em que há um grande peso da soja com outro em que ela não pesa quase nada. Portanto, essa queda era esperada, mas está sendo um bom ano para a atividade, que está acumulando alta de 18,1% até o terceiro trimestre”, avalia a pesquisadora.
Na ótica da demanda, houve queda de 2,5% nos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) frente ao segundo trimestre. Essa foi a quarta queda consecutiva desse indicador. “É um reflexo da política monetária contracionista, com queda na construção e também na produção e importação de bens de capital. Todos os componentes que mais pesam nos investimentos caíram neste trimestre”, analisa Rebeca.
O PIB (sigla para Produto Interno Bruto) consiste na soma de todos os bens e serviços que foram produzidos em um território ao longo de um período de tempo. Para o cálculo do PIB, considera-se o resultado na moeda local do país.