Economia

PIB do Brasil cresce 0,8% no primeiro trimestre de 2024, puxado pelo setor de serviços

O resultado ficou em linha com a expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta entre 0,6% e 0,9%

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 4 de junho de 2024 às 09h00.

Última atualização em 4 de junho de 2024 às 10h42.

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O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2024, na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado nesta terça-feira, 4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou em linha com a expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta entre 0,6% e 0,9%. Alta do setor de serviços e crescimento do consumo das famílias explicam o resultado positivo da economia brasileira.

Na comparação com o mesmo trimestre de 2023, o PIB cresceu 2,5%. Segundo o IBGE, essa é a primeira taxa positiva, após estabilidade nos últimos dois trimestres do ano passado. O PIB acumula alta de 2,5% no período de 12 meses. Nessa comparação, houve altas na Agropecuária (6,4%), na Indústria (1,9%) e nos Serviços (2,3%).

Quanto ficou o PIB do Brasil?

O PIB do Brasil cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2024.

Por que o PIB subiu no 1º trimestre?

De acordo com o IBGE, o resultado é explicado pelo crescimento de 1,4% do setor de serviços, com constribuções do Comércio, com alta de 3%, Informação e Comunicação, com avanço de 2,1%, e outras atividades de serviços, que cresceu 1,6%.

 “O comércio varejista e os serviços pessoais, ligados ao crescimento do consumo das famílias, a atividade internet e desenvolvimento de sistemas, devido ao aumento dos investimentos e os serviços profissionais, que transpassam à economia como um todo”, explica Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. 

A indústria registrou uma leve variação negativa, de 0,1%, o que é considerado estabilidade pelo IBGE.

A agropecuária, por sua vez, cresceu 11,3%, abaixo do resultado de 2023, afetada pela quebra de safra. O impacto foi sentido principalmente nas exportações, que cresceram apenas 0,2%. "Nesse trimestre tivemos um crescimento da economia totalmente baseado na demanda interna”, explicou Palis.

"Em 2022 e 2023, o setor externo havia contribuído positivamente, com as exportações crescendo mais do que as importações. Nesse primeiro trimestre essa contribuição virou negativa. Estamos importando muitas máquinas e equipamentos e bens intermediários e o Real se valorizou”, concluiu a analisa do IBGE. 

Consumo das famílas cresce 1,5% e Formação Bruta de Capital Fixo avança 4,1%

Outro fator determinante para a alta do PIB foi a continuidade do crescimento do consumo das famílias, explicada pela resiliência do mercado de trabalho e às taxas de juros e inflação mais baixas. Programas de distribuição de renda, como o Bolsa Família também foram importantes para o resultado.

Outro destaque positivo da pesquisa foi o aumento da Formação Bruta de Capital Fixo (alta de 4,1%), alavancados pelo crescimento da importação de bens de capital, no desenvolvimento de software e na construção. Por outro lado, o IBGE afirma que a produção de bens de capital ainda está no terreno negativo na taxa interanual.

Taxa de investimento fica estável

O IBGE mostrou ainda que a taxa de investimento foi de 16,9% do PIB no primeiro trimestre de 2024, abaixo dos 17,1% registrados no primeiro trimestre de 2023. Já a taxa de poupança foi de 16,2%, ante 17,5% no mesmo trimestre de 2023. A queda da poupança é explicada pelo consumo das famílias acima do PIB. 

O que é o PIB e como ele é calculado?

PIB (sigla para Produto Interno Bruto) consiste na soma de todos os bens e serviços que foram produzidos em um território ao longo de um período de tempo. Para o cálculo do PIB, considera-se o resultado na moeda local do país.

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