(Gary Cameron/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 28 de dezembro de 2021 às 11h27.
Última atualização em 29 de dezembro de 2021 às 10h45.
O PIB mundial vai ultrapassar os US$ 100 trilhões pela primeira vez em 2022, e a China vai demorar mais tempo para superar os Estados Unidos como a maior economia do mundo do projetado anteriormente, de acordo com relatório publicado no último domingo.
A Tabela da Liga Econômica Mundial de 2021, desenvolvida pelo Centro de Economia e Pesquisa Empresarial (Cebr, na sigla em inglês), aponta que o principal fator para o crescimento será a sólida recuperação após a pandemia.
Entretanto, se houver inflação persistente, a consultoria britânica acredita que órgãos encarregados de políticas monetárias vão enfrentar dificuldades para evitar que suas economias voltem ao patamar de recessão.
— O importante para a década de 2020 é como as economias mundiais enfrentam a inflação — afirmou o vice-presidente do Cebr, Douglas McWiliams. — Esperamos um ajuste relativamente pequeno para colocar os elementos não transitórios sob controle. Caso contrário, o mundo deverá se preparar para uma recessão em 2023 e 2024.
O prognóstico está em linha com as estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), que também prevê um PIB mundial medido em dólares superior a US$ 100 trilhões no ano que vem.
Para os próximos 15 anos, o Cebr projeta um crescimento tímido do Brasil, que sai do posto de 11ª economia mundial, em 2021 e 2022, para a 9ª posição, em 2036. O relatório prevê aumento de 5% no PIB brasileiro neste ano e de 0,98% para 2022.
Entretanto, apontam que o acumulado pode mudar devido a instabilidade política, inflação alta e a recessão enfrentada deste o terceiro trimestre. E aponta dificuldades a serem enfrentadas pela economia brasileira no próximo ano.
O principal desafio, segundo o Cebr, é equacionar inflação e taxa de juros altas com a baixa confiança de negócios e consumidores. Além disso, aponta as eleições presidencias de 2022 como episódio turbulento para a economia. Por outro lado, o avanço da vacinação e a retomada do ciclo das commodities podem alavancar o crescimento do PIB brasileiro.
No cenário da insegurança econômica, o documento cita a lenta recuperação da contração de dívida pública para implementar ações de combate à pandemia em 2020, que chegou a 98,9% no ano passado e fecha 2021 em 90,6% do PIB. No médio prazo, o centro projeta dívida pública chegando a 92% da produção interna.
O relatório do Cebr mostra ainda que a China vai se tornar a maior economia global apenas em 2030. No ano passado, a projeção da consultoria era que isso acontecesse em 2028.
E a Índia deve retomar o posto de sexta maior economia do mundo em 2023, depois de superar a França e a Inglaterra, enquanto a Alemanha deve ultrapassar o Japão em 2033, segundo o Cebr. Entre as dez maiores economias, a Rússia deve ocupar a décima posição em 2036, e a Indonésia chegará à nona colocação dois anos antes, em 2034.