Economia

PIB encolhe 0,3% no 1º tri, queda menor que a esperada

É o 5º trimestre consecutivo de queda, mas o tombo foi menor do que os 0,8% estimados pela Reuters e pelo Itaú Unibanco

Construção (Alexandre Battibugli/Exame)

Construção (Alexandre Battibugli/Exame)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 1 de junho de 2016 às 10h30.

São Paulo - O PIB do Brasil recuou 0,3% no 1º trimestre de 2016 em relação ao 4º trimestre de 2015, de acordo com dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A economia brasileira começou a registrar contração no início de 2015, então este foi o quinto trimestre consecutivo de queda, mas a queda foi menor do que no trimestre anterior (-1,4%).

O número também veio melhor do que o que estimado pela pesquisa da Reuters (-0,8%) e por instituições financeiras como o Itaú Unibanco (-0,8%) e o Banco Fibra (-1,1%).

O dólar reagiu com queda e às 9:13 recuava 0,28%, a 3,6023 reais na venda.

"Foi um bom resultado até e dá uma perspectiva positiva para o segundo trimestre. A saída da presidente deve melhorar os dados de maio e junho, levando eventualmente os números na margem para o terreno positivo já nesse semestre, quando imaginávamos que isso fosse acontecer mais para o final do ano", diz Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, que já está revendo suas projeções.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a queda foi de 5,4%, a oitava consecutiva.

Na comparação do acumulado dos últimos 4 trimestres em relação aos 4 trimestres anteriores, foi de 4,7% - a maior desde o início da série histórica em 1996.

Setores

Na base trimestral, a agropecuária caiu 0,3%, a indústria recuou 1,2% e os serviços contraíram 0,2%.

Houve queda forte em setores como extração mineral (-1,1%), construção (-1%) e comércio (-1%) e resiliência de setores como eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+1,9%).

Ficaram basicamente estáveis as partes de "outros serviços" (0,1%), "administração, saúde e educação pública" (0,1%) e atividades imobiliárias (0,0%).

A indústria de transformação queda de 10,5% na comparação anual devido ao " recuo da produção de máquinas e equipamentos; da indústria automotiva e outros equipamentos de transporte; produtos metalúrgicos; produtos de metal; produtos de borracha e material plástico; eletroeletrônicos e equipamentos de informática; e móveis", diz o IBGE.

O investimento teve seu 13º trimestre consecutivo de recuo. A porcentagem do investimento em relação ao PIB caiu de 19,5% no 1º trimestre de 2015 para 16,9% no 1º trimestre de 2016 enquanto a poupança foi de 16,2% para 14,3% no mesmo período.

O consumo das famílias caiu pelo 5º trimestre consecutivo, fruto da "deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo do período", segundo o IBGE.

As exportações subiram 6,5% enquanto as importações caíram 5,6%. Na comparação com o mesmo período de 2015, os resultados foram de 13% e -21,7%, respectivamente.

Período de comparação PIB
1º Tri 2016 / 4º tri 2015 -0,3%
1º Tri 2016 / 1º Tri 2015 -5,4%
Acumulado 4 tri / 4 tri anteriores -4,7%
Valores correntes no ano (R$) 1.473,8 bilhões

.

Período de comparação Agropec. Indústria Serviços
1º Tri 2016 / 4º tri 2015 -0,3% -1,2% -0,2%
1º Tri 2016 / 1º Tri 2015 -3,7% -7,3% -3,7%
Acumulado 4 tri / 4 tri anteriores -1,0% -6,9% -3,2%
Valores correntes no ano (R$) 88,5 bilhões 257,6 bilhões 913,9 bilhões

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Período de comparação Investimento Cons. Fam. Cons. Gov.
1º Tri 2016 / 4º tri 2015 -2,7% -1,7% 1,1%
1º Tri 2016 / 1º Tri 2015 -17,5% -6,3% -1,4%
Acumulado 4 tri / 4 tri anteriores -15,9% -5% -1%
Valores correntes no ano (R$) 249 bilhões 946,6 bilhões 282,8 bilhões
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