(Brendan Mcdermid/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 28 de outubro de 2021 às 09h55.
Última atualização em 28 de outubro de 2021 às 11h51.
O PIB dos Estados Unidos cresceu 2% no terceiro trimestre deste ano, considerando a taxa anualizada. O resultado marca uma desaceleração em relação a trimestres anteriores, em meio a falhas no suprimento e novos casos de Covid no país. É o menor ritmo de crescimento desde o início da recuperação da economia americana.
O resultado veio bem abaixo das expectativas. Analistas de mercado esperavam avanço de 2,7%, segundo a consultoria Refinity.
Essa é a primeira leitura do comportamento da economia americana no terceito trimestre. A próxima, que poderá trazer alguns ajustes nos números, será em 24 de novembro, de acordo com comunicado o governo dos EUA divulgado nesta quinta-feira.
No segundo trimestre, houve expansão de 6,7% e, nos três primeiros meses do ano, de 6,4%, sempre considerando a taxa anualizada. Os EUA divulgam seu resultado de forma diferente da metodologia usada pelo IBGE no Brasil.
O avanço mais tímido do PIB americano terá reflexos na economia global, já que o país é a maior economia do planeta. A China, segunda maior, também registrou expansão menor que nos trimestres anteriores. Os efeitos também serão sentidos no Brasil, onde a economia já da sinais de fraqueza.
Alguns economistas acreditam que a desaceleração geral do crescimento econômico provavelmente será temporária, embora as pressões inflacionárias possam durar um pouco mais.
Kevin Cummins, economista-chefe da NatWest para os EUA, disse que permaneceu "construtivo" quanto às perspectivas para o crescimento doméstico, apesar das expectativas de desaceleração no terceiro trimestre.
— Em nossa opinião, fortes ganhos de empregos e uma elevada taxa de poupança. . . continuará a fornecer aos consumidores uma reserva considerável de fundos disponíveis para gastos nos próximos trimestres— disse Cummins.
— A economia dos EUA finalmente atingiu um buraco no terceiro trimestre, mas deve acelerar novamente no período atual — completou Sal Guatieri, economista sênior da BMO Capital Markets em Toronto.
O resultado divulgado hoje reflete uma forte perda de fôlego no consumo das famílias. Ele cresceu 1,6% no trimestre, considerado a taxa anualizada, muito abaixo dos 12% entre abril e junho.
Falhas no suprimento, engarrafamento de contêineres, avanço da inflação e um repique nos caso de Covid nos EUA explicam esse avanço menor no consumo.