Economia

PIB do Brasil poderia ser 7 vezes maior com educação melhor

Com matrícula universal no ensino médio e todos os alunos com habilidades básicas, PIB poderia crescer 751% até 2095, segundo estimativa da OCDE

EXAME.com (EXAME.com)

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João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 15 de maio de 2015 às 18h36.

São Paulo - O PIB do Brasil pode crescer 751% até 2095 se o país der um salto em educação, de acordo com um relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) lançado nesta semana.

O salto, no caso, seria atingir matrícula universal no ensino médio e um nível de "habilidades básicas" para todos os estudantes.

Hoje, 65% não chegam a este nível. Nem os países desenvolvidos tem esse problema resolvido: cerca de 1 em 4 estudantes americanos e 1 em 5 estudantes belgas ficam para trás em habilidades básicas.

Alguns efeitos econômicos da melhora na educação demoram para aparecer, já que um aluno instruído hoje só chega ao mercado de trabalho após mais de uma década.

A análise econômica da OCDE considera que na medida em que a meta fosse sendo atingida, o PIB brasileiro cresceria cerca de 1 ponto percentual a mais todos os anos.

"É uma grande coisa, mas difícil de fazer, porque teria de envolver toda e qualquer escola e aluno do país", diz Eric Hanushek, da Universidade de Stanford, um dos coordenadores do estudo.

No acumulado até 2095, chega-se a US$ 23 trilhões de valor agregado e um PIB mais de 7 vezes maior (751%). Em outros países, este aumento vai de 51% (Estônia) a 3.881% (Gana, hoje o pior país entre os analisados).

A qualidade da educação brasileira ficou no 60º lugar na lista de 76 países. Singapura conquistou o primeiro lugar, seguido por Hong-Kong, Coreia e Japão. Apesar da posição ruim, o Brasil teve uma melhora notável na última década.

A pontuação no PISA na área de matemática, por exemplo, subiu numa média de 4,1 pontos por ano – de 356 pontos em 2003 para 391 pontos em 2012

"A performance do Brasil em matemática, leitura e ciência melhorou de forma notável na última década, como em poucos países (...) A melhora é particularmente significativa considerando que o país aumentou tanto a participação quanto o resultado", diz o relatorio.

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