Rio de Janeiro: previsão de alta do PIB é de 0,5% em relação ao trimestre anterior (Ingo Roesler/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2019 às 06h39.
Última atualização em 3 de dezembro de 2019 às 07h45.
São Paulo — Investidores e analistas devem mirar mais uma vez o desempenho interno da economia brasileira nesta terça-feira. O governo divulga às 9h o PIB do terceiro trimestre, com previsão de alta de 0,5% em relação ao trimestre anterior e de 1,2% sobre o mesmo período do ano passado.
A previsão de crescimento do produto interno bruto para 2019, anunciada novamente ontem, é de 0,99%. Quaisquer dados acima do previsto podem ajudar a puxar os índices de ações para cima.
A expectativa é que o PIB a ser divulgado hoje continue a mostrar uma recuperação na economia puxado pelo consumo das famílias. Mas a crise argentina e a tensão com a desaceleração das principais economias do mundo, impactada pela guerra comercial entre China e Estados Unidos, podem afetar o desempenho das exportações, e o crescimento econômico.
A construção civil deve continuar crescendo, sobretudo no estado de São Paulo, que teve aceleração dos lançamentos imobiliários. Depois de o setor de construção encolher 28% entre 2014 e 2018, as construtoras listadas em bolsa chegaram a um valor de mercado de 42 bilhões de reais, o maior valor em cinco anos.
Um desempenho mais consistente da economia brasileira nos próximos trimestres vai depender, além do mercado interno, dos desdobramentos da guerra comercial. Nesta segunda-feira o presidente americano Donald Trump anunciou aumentos nas taxas sobre o aço e o alumínio, acusando o Brasil de desvalorizar artificialmente o câmbio.
A notícia de ontem foi ofuscada no Ibovespa por boas notícias vindas da China, onde o ritmo de crescimento da indústria foi o maior em três anos. A China ainda inaugurou um gasoduto de 3.000 quilômetros para trazer gás natural da Rússia nos próximos 30 anos, que deve ajudar a reduzir os custos de produção local em meio à pressão de Trump sobre o câmbio do país.
Nesta terça-feira, Trump mirou a França, propondo aumento de até 100% em tarifas em 2,4 bilhões de importação em produtos franceses. A justificativa é uma nova taxa francesa sobre serivços digitais. Novas taxações vão continuar dominando o noticiário em 2020, trazendo crescentes desafios para a economia brasileira. A ver se o PIB do terceiro trimestre mostra, ao menos, uma melhora brasileira para navegar águas mais turbulentas.