Redação Exame
Publicado em 13 de novembro de 2025 às 13h33.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 2,1% em 2025, segundo a agência de classificação de risco Moody's.
Para 2026, a Moody's projeta que o Brasil continuará com um crescimento estável, em linha com a economia global, que deve crescer entre 2,5% e 2,6% no mesmo ano.
A agência projeta que a economia global se mantenha relativamente estável, mas moderada nos próximos anos, com o PIB global crescendo entre 2,5% e 2,6% em 2026 e 2027, abaixo dos 2,6% em 2025 e 2,9% em 2024.
As projeções indicam que Brasil e Índia — a economia do G20 que mais cresce, segundo a Moody's — devem registrar expansões de 2,0% e 6,5% até 2027, respectivamente, impulsionadas pela diversificação interna e nas exportações. O Brasil continuará se beneficiando das exportações de commodities, com a China permanecendo como um mercado chave.
Já o crescimento da Índia, de acordo com a agência, será sustentado por investimentos substanciais em infraestrutura e consumo robusto, embora o setor privado ainda permaneça cauteloso com relação a novos investimentos de capital.
A Índia consegue redirecionar suas exportações, apesar das tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre alguns produtos. Em setembro, as exportações totais indianas aumentaram 6,75%, mesmo com a queda de 11,9% nas exportações para os EUA.
Com a inflação controlada e uma política monetária mais flexível, espera-se que a economia indiana continue crescendo em torno de 6,5% em 2026 e 2027. O fluxo de capital estrangeiro, alimentado pela confiança dos investidores internacionais, ajudará a mitigar os choques externos que possam surgir.
A Europa enfrenta um panorama desafiador nos próximos anos, de acordo com a Moody's, com crescimento moderado projetado para 2026 e 2027.
As economias da zona do euro, especialmente França, Alemanha e Itália, enfrentam desafios estruturais significativos, como altos níveis de dívida pública, rigidez no mercado de trabalho e uma taxa de crescimento baixo. Para 2026, espera-se que o crescimento da região seja limitado a 1,3%, um reflexo das dificuldades estruturais e das políticas fiscais restritivas.
As exportações europeias, que sempre desempenharam um papel crucial na economia do bloco, segundo a Moody's, também enfrentam dificuldades devido à incerteza comercial global e tensões geopolíticas, particularmente com as relações comerciais entre os EUA e a China.
Mas, segundo os analistas, a Europa está fazendo esforços para reverter esse quadro. Países como Alemanha e França estão investindo pesadamente em transição energética e tecnologia, para promover inovação e competitividade em mercados globais. A integração econômica entre os países membros continua a ser uma força estabilizadora, permitindo que a região se beneficie de uma unidade econômica, apesar dos desafios políticos e econômicos.
A política monetária do Banco Central Europeu (BCE) também desempenhará um papel importante nessa retomada. Com a inflação ainda sendo uma preocupação em várias economias da zona do euro, o BCE precisa equilibrar o controle da inflação com o estímulo ao crescimento econômico. Espera-se que a política monetária se mantenha restritiva por algum tempo, mas a região deverá ver um alívio gradual nas taxas de juros à medida que a inflação se estabilize, aponta o Moody's.