Economia

PIB do Brasil cresce 1% em 2017 e confirma fim da recessão

O número, puxado pelos resultados da Agropecuária, vem após dois anos de quedas consecutivas: -3,5% em 2016 e -3,5% em 2015

PIB em 2017 veio ligeiramente abaixo das expectativas (Nelson_A_Ishikawa/Thinkstock)

PIB em 2017 veio ligeiramente abaixo das expectativas (Nelson_A_Ishikawa/Thinkstock)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 1 de março de 2018 às 09h01.

Última atualização em 1 de março de 2018 às 13h23.

São Paulo - O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,1% no 4º trimestre de 2017 em relação ao trimestre anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (01).

Com isso, a economia brasileira fechou o ano com expansão de 1%. A mediana das estimativas apuradas pela Bloomberg era de 1,1% e o governo também trabalhava com uma previsão nesta linha.

"O PIB surpreendeu o mercado para baixo. A gente está caminhando para um equilíbrio melhor, mas que não está consolidado", diz Silvia Matos, coordenadora técnica do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV).

Os dados confirmam a a saída da recessão do Brasil após duas quedas consecutivas no PIB: -3,5% em 2016 e -3,5% em 2015.

A perda acumulada ficou acima dos 7% no período, o pior tombo da série histórica dos últimos 100 anos.

Setores

A agropecuária puxou o resultado do ano com 13% de crescimento, com destaque para a alta das produções nacionais de milho (55,2%) e soja (19,4%).

“Apesar do peso relativo menor, a safra recorde representou a principal contribuição para o resultado positivo do PIB no ano”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, em nota.

Os serviços, que tem o maior peso no resultado, cresceram 0,3% no ano com destaque para altas de 1,8% no Comércio e 1,1% nas Atividades Imobiliárias.

O setor sentiu o impacto da recuperação no consumo das famílias, que cresceu 1% puxado pela melhora de "indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda", segundo o IBGE.

Já a Indústria ficou estável, sem crescimento na média, após três anos seguidos de queda.

O destaque positivo foi a alta de 4,3% nas Indústrias Extrativas e o destaque negativo foi a queda de 5% na Construção.

O investimento subiu 2% na medida trimestral e teve a primeira alta na medida anual em 14 trimestres. Ainda assim, a taxa de investimento caiu de 16,1% do PIB em 2016 para 15,6% em 2017.

Já a taxa de poupança subiu de 13,9% do PIB em 2016 para 14,8% em 2017. No setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 5,2%, enquanto as importações subiram um pouco menos: 5%.

Em valores atuais, o PIB em 2017 somou R$ 6,6 trilhões. O PIB per capita, a divisão do resultado pela população, cresceu 0,2% em termos reais e ficou em R$ 31.587.

Período de comparaçãoPIB
4º Tri 2017 / 3º tri 20170,1%
4º Tri 2017 / 4º Tri 20162,1%
2017 / 20161,0%
Valores correntes no ano (R$ bilhões)6.559,9

 

Período de comparaçãoAgropec.IndústriaServiços
4º Tri 2017 / 3º tri 20170%0,5%0,2%
4º Tri 2017 / 4º Tri 20166,1%2,7%1,7%
2017 / 201613,0%0,0%0,3%
Valores correntes no ano (R$ bilhões)299,51.212,04.137,1

 

Período de comparaçãoInvestimentoCons. Fam.Cons. Gov.
4º Tri 2017 / 3º tri 20172,0%0,1%0,2%
4º Tri 2017 / 4º Tri 20163,8%2,6%-0,4%
2017 / 2016-1,8%1,0%-0,6%
Valores correntes no ano (R$ bilhões)1.025,64.161,21.315,1

 

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