Economia

PIB do Brasil cai 1,9% no 2º trimestre e está em recessão

Economia brasileira recuou 1,9% no segundo trimestre em relação ao primeiro, ligeiramente mais do que o esperado

Real: Notas de dez e vinte reais (Dado Galdieri / Bloomberg)

Real: Notas de dez e vinte reais (Dado Galdieri / Bloomberg)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 28 de agosto de 2015 às 10h20.

São Paulo - O PIB do Brasil caiu 1,9% no 2º trimestre de 2015 em relação ao 1º trimestre, divulgou nesta manhã o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Economistas esperavam uma queda entre 1,4% e 1,9%. Na média de 18 instituições ouvidas pelo Valor Data, a expectativa era de queda de 1,7% no trimestre e 2% no ano a ano.

Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda foi de 2,6%. Nos 4 últimos trimestres em relação aos 4 anteriores, foi de 1,2%.

No 1º trimestre, a queda do PIB divulgada inicialmente havia sido de -0,2%, agora revisada para -0,7%. Dois trimestres seguidos de queda configuram recessão técnica.

Economistas olham para outros fatores para relativizar este critério, mas os números divulgados hoje não dão esta margem.

Setores

Todos os principais indicadores caíram na comparação com o trimestre anterior com exceção do consumo do governo, com leve alta de 0,7%. O consumo das famílias caiu pela segunda vez seguida (-0,2%). 

Dos setores, a menor queda foi em Serviços (-0,7%) e a maior foi na Indústria (-4,3%), com Agropecuária no meio (-2,7%). Dentro da Indústria, a maior queda foi na construção civil (-8,4%).

Os números também são negativos na Indústria de Transformação, com queda de 3,7%, e na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-1,5%).

Os setores que tiveram alta na comparação trimestral foram Extrativa Mineral e Atividades Imobiliárias (ambos com 0,3%), além da administração, saúde e educação públicas (1,9%).

Investimento e setor externo

O investimento caiu pela oitava vez consecutiva: 8,1% em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o 2º trimestre do ano passado, o tombo foi de 11,9%, o maior desde o 1º trimestre de 1996.

A taxa de investimento ficou em 17,8% do PIB, quase dois pontos percentuais abaixo do mesmo período do ano anterior (19,5%). A taxa de poupança foi de 14,4%, contra 16% no mesmo período em 2014.

No setor externo, as exportações subiram 3,4% e as importações caíram 8,8% em relação ao trimestre anterior. Na comparação anual, os números são mais acentuados: alta de 7,5% nas exportações e queda de 11,7% nas importações, influência da desvalorização do real. 

Período de comparação PIB
2º Tri / 1º tri -1,9%
2º Tri 2015 / 2º Tri 2014 -2,6%
Acumulado 4 tri / 4 tri anteriores -1,2%
Valores correntes no trimestre (R$) 1,428 trilhões

.

Período de comparação Agropec. Indústria Serviços
2º Tri / 1º tri -2,7% -4,3% -0,7%
2º Tri 2015 / 2º Tri 2014 1,8% -5,2% -1,4%
Acumulado 4 tri / 4 tri anteriores 1,6% -2,9% -0,5%
Valores correntes no trimestre (R$) 76,1 bilhões 263,6 bilhões 879,2 bilhões

.

Período de comparação Investimento Cons. Fam. Cons. Gov.
2º Tri / 1º tri -8,1% -2,1% 0,7%
2º Tri 2015 / 2º Tri 2014 -11,9% -2,7% -1,1%
Acumulado 4 tri / 4 tri anteriores -7,9% -0,6% -0,3%
Valores correntes no tri (R$) 254,2 bilhões 896,1 bilhões 298,3 bilhões
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