Economia

PIB deve subir apenas 0,8% em 2012, diz Gustavo Loyola

Segundo o ex-presidente do BC, o crescimento de 2013 refletirá uma "recuperação cíclica do investimento", que esteve travado neste ano


	Gustavo Loyola: "Projetamos ainda um PIB de 3,2% para 2013, número que já foi maior, mas os resultados recentes nos fizeram reduzir a projeção", disse o ex-presidente do BC
 (José Cruz/ABr)

Gustavo Loyola: "Projetamos ainda um PIB de 3,2% para 2013, número que já foi maior, mas os resultados recentes nos fizeram reduzir a projeção", disse o ex-presidente do BC (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2012 às 11h04.

São Paulo - O ex-presidente do Banco Central (BC) e sócio da Tendências Consultoria Integrada, Gustavo Loyola, avaliou, nesta segunda-feira, que o "desempenho pífio" do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve levar o indicador a ter uma alta de apenas 0,8% em 2012 ante 2011.

"Projetamos ainda um PIB de 3,2% para 2013, número que já foi maior, mas os resultados recentes nos fizeram reduzir a projeção", disse Loyola, em evento da consultoria e da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), realizado em São Paulo.

Segundo Loyola, o crescimento de 2013 refletirá uma "recuperação cíclica do investimento", que esteve travado neste ano. "Temos uma dificuldade grande de recuperação do investimento, que há quatro trimestres está praticamente no terreno negativo, apesar das medidas do governo", explicou.

"Temos convicção de que os problemas de crescimento do Brasil não podem ser atribuídos às questões externas, já que o desempenho de vizinhos, como México e Colômbia mostra que é possível crescer mesmo com problemas na economia internacional".

De acordo com o sócio da Tendências, a retomada no investimento no próximo ano e o crescimento industrial, previsto para ficar acima do PIB, não podem ser vistos como sustentáveis.

Na avaliação do ex-presidente do BC, os empresários ainda seguem com cautela em relação aos investimentos, principalmente por causa das intervenções do governo. "É preciso uma mudança de atitude do governo, melhorando o ambiente regulatório, já que o meio ambiente para negócios no Brasil segue inóspito", disse.


Loyola afirmou que o conjunto de medidas adotadas pelo governo para incentivar o crescimento da economia foi uma atuação "pontual, temporária e reversível. Não são medidas que dão um horizonte aos investidores", disse.

Ainda segundo ele, o governo tem dificuldade de colocar a agenda de concessões em curso. No caso de intervenções positivas no setor privado, caso da redução da tarifa de energia elétrica, o poder executivo foi criticado pelo intervencionismo adotado. "Mesmo com medidas bem intencionadas, como a redução da tarifa, a percepção acaba sendo negativa", explicou.

Diante da grande "carência estrutural" do Brasil, Loyola avaliou, por fim, que os problemas de infraestrutura e logística só podem ser resolvidos "com aporte forte de recursos privados e sob a regulação do governo". Disse ainda que "no Brasil não avançamos o necessário ainda, mas as concessionárias já mostraram esse avanço".

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