Agência de Notícias
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 18h27.
O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina registrou queda de 0,1% no segundo trimestre em relação ao trimestre anterior e alta de 6,3% na comparação anual, informaram fontes oficiais nesta quarta-feira, 17.
A contração de 0,1% na comparação trimestral marca o primeiro desempenho negativo do PIB após três trimestres consecutivos de crescimento. De acordo com um relatório do Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC), na comparação anual, o PIB cresceu 6,3% no segundo trimestre.
No mesmo trimestre do ano passado, a economia havia caído 1,1% na comparação anual, no contexto do severo ajuste imposto no final de 2023 pelo governo Javier Milei. No primeiro semestre do ano, o PIB acumulou alta de 6,1%.
Entre abril e junho, os diversos setores econômicos da Argentina operaram em um cenário de desaceleração da inflação, mas com os níveis de consumo enfraquecidos pela perda de poder de compra dos salários do setor privado e pelo aumento do custo do crédito, que afeta famílias e empresas.
De acordo com dados oficiais divulgados nesta quarta-feira, a oferta global combinou uma contração de 0,1% no PIB com uma queda de 3,3% nas importações de bens e serviços em relação ao primeiro trimestre deste ano.
Do lado da demanda global, houve queda de 0,5% na formação bruta de capital fixo e queda de 2,2% nas exportações, enquanto o consumo privado caiu 1,1% e o consumo público melhorou 1,1%.
Na comparação anual, o segundo trimestre registrou um aumento de 6,3% no PIB e um salto de 38,3% nas importações.
Enquanto isso, do lado da demanda global, houve um aumento de 32,1% na formação bruta de capital fixo e um aumento de 3,3% nas exportações, enquanto o consumo privado cresceu 9,9% e o consumo público cresceu 0,6%.
De acordo com o relatório oficial divulgado nesta quarta-feira, dos 16 setores que compõem o PIB, doze deles apresentaram aumento de atividade no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior.
Entre os principais setores, destacaram-se os aumentos na atividade financeira (26,7%), hotéis e restaurantes (17%) e construção civil (10,6%).
A maior queda foi registrada na pesca (-42,2%), setor afetado por uma disputa sindical em plena temporada de pesca de camarão.
O relatório oficial não fornece dados sobre o desempenho de cada setor em comparação com o trimestre anterior.
Economistas consultados mensalmente pelo Banco Central da Argentina para seu relatório de expectativas projetam, em média, que a economia argentina crescerá 4,4% em 2025, ante uma queda de 1,3% em 2024.
Para o terceiro trimestre deste ano, os consultores projetam uma contração trimestral de 0,3% e, para o quarto, um aumento de 0,6%.