Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 2 de setembro de 2025 às 09h01.
Última atualização em 2 de setembro de 2025 às 09h19.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve uma variação positiva de 0,4% no segundo trimestre de 2025, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, segundo dados do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgados nesta terça-feira, 2, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou em linha com a expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta entre 0,14% e 0,5%.
Na comparação com o segundo trimestre de 2024, houve um crescimento de 2,2%, com avanço na Agropecuária (10,1%), na Indústria (1,1%) e nos Serviços (2,0%).
No acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB brasileiro subiu 3,2%. O PIB brasileiro totalizou R$ 3,2 trilhões no período.
Segundo a coordenadora das Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o resultado indica uma desaceleração no crescimento da economia brasileira.
"Era um efeito esperado a partir da política monetária restritiva (alta nos juros) iniciada em setembro do ano passado. As atividades Indústrias de Transformação e Construção, que dependem de crédito, são mais afetadas nesse cenário”, disse Palis.
De acordo com o IBGE, o crescimento de 0,6% no setor de Serviços foi o principal responsável pelo desempenho geral, seguido pela Indústria, que avançou 0,5%. Já a Agropecuária teve uma leve queda de 0,1%.
Nos Serviços, os destaques de crescimento foram: Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,1%), Informação e comunicação (1,2%), Transporte, armazenagem e correio (1,0%), Outras atividades de serviços (0,7%) e Atividades imobiliárias (0,3%).
O Comércio se manteve estável (0,0%), enquanto a Administração pública, defesa, saúde, educação e seguridade social teve uma leve queda de -0,4%.
Palis afirma que o setor de Serviços é menos impactado pelo cenário de juros mais restritivos.
“Foi uma alta disseminada pelo setor e puxada pelas Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; Informação e comunicação, impulsionado pelo desenvolvimento de software, e Transporte, armazenagem e correio, puxado por transporte de passageiros”, disse a coordenadora do IBGE.
O resultado positivo da Indústria veio principalmente pelo aumento de 5,4% nas Indústrias Extrativas. No entanto, algumas áreas apresentaram retração: eletricidade e gás, água e esgoto, gestão de resíduos (-2,7%), Indústrias de Transformação (-0,5%) e Construção (-0,2%).
O Consumo das Famílias registrou um crescimento de 0,5%. Por outro lado, o Consumo do Governo (-0,6%) e a Formação Bruta de Capital Fixo (-2,2%) tiveram retração em relação ao primeiro trimestre.
“O total de salários reais segue crescendo e há uma manutenção dos programas governamentais de transferência de renda, o que contribui para o consumo das famílias”, afirmou Palis.
No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 0,7%, enquanto as Importações caíram 2,9% em comparação com o primeiro trimestre de 2025.
O PIB do Brasil teve variação positiva de 0,4% no segundo trimestre de 2025.
O PIB (sigla para Produto Interno Bruto) é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. Todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas.
Segundo o IBGE, o PIB mede apenas os bens e serviços finais para evitar dupla contagem. Se um país produz R$ 100 de trigo, R$ 200 de farinha de trigo e R$ 300 de pão, por exemplo, seu PIB será de R$ 300, pois os valores da farinha e do trigo já estão embutidos no valor do pão.
Os bens e serviços finais que compõem o PIB são medidos no preço em que chegam ao consumidor. Dessa forma, levam em consideração também os impostos sobre os produtos comercializados.
Na realidade, o PIB é um indicador de fluxo de novos bens e serviços finais produzidos durante um período. Se um país não produzir nada em um ano, o seu PIB será nulo.
Para o cálculo do PIB, são utilizados diversos dados; alguns produzidos pelo IBGE, outros provenientes de fontes externas. Essas são algumas das peças que compõem o quebra-cabeça do PIB: