Economia

PIB do Brasil desacelera e fica em 0,4% no 2º trimestre de 2025

O resultado ficou em linha com a expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta entre 0,14% e 0,5%

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 2 de setembro de 2025 às 09h01.

Última atualização em 2 de setembro de 2025 às 09h19.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve uma variação positiva de 0,4% no segundo trimestre de 2025, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, segundo dados do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgados nesta terça-feira, 2, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou em linha com a expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta entre 0,14% e 0,5%.

Na comparação com o segundo trimestre de 2024, houve um crescimento de 2,2%, com avanço na Agropecuária (10,1%), na Indústria (1,1%) e nos Serviços (2,0%).

No acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB brasileiro subiu 3,2%. O PIB brasileiro totalizou R$ 3,2 trilhões no período.

Por que o PIB do Brasil desacelerou no 2º trimestre?

Segundo a coordenadora das Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o resultado indica uma desaceleração no crescimento da economia brasileira. 

"Era um efeito esperado a partir da política monetária restritiva (alta nos juros) iniciada em setembro do ano passado. As atividades Indústrias de Transformação e Construção, que dependem de crédito, são mais afetadas nesse cenário”, disse Palis. 

De acordo com o IBGE, o crescimento de 0,6% no setor de Serviços foi o principal responsável pelo desempenho geral, seguido pela Indústria, que avançou 0,5%. Já a Agropecuária teve uma leve queda de 0,1%.

Nos Serviços, os destaques de crescimento foram: Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,1%), Informação e comunicação (1,2%), Transporte, armazenagem e correio (1,0%), Outras atividades de serviços (0,7%) e Atividades imobiliárias (0,3%).

O Comércio se manteve estável (0,0%), enquanto a Administração pública, defesa, saúde, educação e seguridade social teve uma leve queda de -0,4%.

Palis afirma que o setor de Serviços é menos impactado pelo cenário de juros mais restritivos. 

“Foi uma alta disseminada pelo setor e puxada pelas Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; Informação e comunicação, impulsionado pelo desenvolvimento de software, e Transporte, armazenagem e correio, puxado por transporte de passageiros”, disse a coordenadora do IBGE.

O resultado positivo da Indústria veio principalmente pelo aumento de 5,4% nas Indústrias Extrativas. No entanto, algumas áreas apresentaram retração: eletricidade e gás, água e esgoto, gestão de resíduos (-2,7%), Indústrias de Transformação (-0,5%) e Construção (-0,2%).

O Consumo das Famílias registrou um crescimento de 0,5%. Por outro lado, o Consumo do Governo (-0,6%) e a Formação Bruta de Capital Fixo (-2,2%) tiveram retração em relação ao primeiro trimestre.

“O total de salários reais segue crescendo e há uma manutenção dos programas governamentais de transferência de renda, o que contribui para o consumo das famílias”, afirmou Palis. 

No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 0,7%, enquanto as Importações caíram 2,9% em comparação com o primeiro trimestre de 2025.

Principais destaques do PIB no segundo trimestre

Qual é o PIB hoje?

O PIB do Brasil teve variação positiva de 0,4% no segundo trimestre de 2025.

O que é o PIB?

PIB (sigla para Produto Interno Bruto) é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. Todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas.

O que gera o PIB do Brasil?

Segundo o IBGE, o PIB mede apenas os bens e serviços finais para evitar dupla contagem. Se um país produz R$ 100 de trigo, R$ 200 de farinha de trigo e R$ 300 de pão, por exemplo, seu PIB será de R$ 300, pois os valores da farinha e do trigo já estão embutidos no valor do pão.

Os bens e serviços finais que compõem o PIB são medidos no preço em que chegam ao consumidor. Dessa forma, levam em consideração também os impostos sobre os produtos comercializados.

Na realidade, o PIB é um indicador de fluxo de novos bens e serviços finais produzidos durante um período. Se um país não produzir nada em um ano, o seu PIB será nulo.

Qual é a fórmula do PIB?

Para o cálculo do PIB, são utilizados diversos dados; alguns produzidos pelo IBGE, outros provenientes de fontes externas. Essas são algumas das peças que compõem o quebra-cabeça do PIB:

  • Balanço de Pagamentos (Banco Central)
  • Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ (Secretaria da Receita Federal)
  • Índice de Preços ao Produtor Amplo - IPA (FGV)
  • Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA (IBGE)
  • Produção Agrícola Municipal - PAM - (IBGE)
  • Pesquisa Anual de Comércio - PAC (IBGE)
  • Pesquisa Anual de Serviços - PAS (IBGE)
  • Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF (IBGE)
  • Pesquisa Industrial Anual - Empresa - PIA-Empresa (IBGE)
  • Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física - PIM-PF (IBGE)
  • Pesquisa Mensal de Comércio - PMC (IBGE)
  • Pesquisa Mensal de Serviços - PMS (IBGE)
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