Economia

Petróleo sobe com aposta em menor tensão entre EUA e China

Subida dos preços ganhou força com notícias de que a China propôs diminuir o superávit comercial em relação ao Washington

Petróleo: Opep reduziu produção em dezembro em 590 mil barris por dia (Cooper Neill/Reuters)

Petróleo: Opep reduziu produção em dezembro em 590 mil barris por dia (Cooper Neill/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de janeiro de 2019 às 19h27.

São Paulo - Os contratos futuros de petróleo encerraram a sessão desta sexta-feira, 18, em alta expressiva, apoiados por esperanças de uma resolução dos conflitos comerciais entre Estados Unidos e China e por relatos de desaceleração da produção de óleo cru da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para entrega em março fechou em alta de 3,21%, cotado a US$ 54,04, com ganho semanal de 4,75%. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para o mesmo mês avançou 2,48%, para US$ 62,70, com alta de 3,67% na semana.

Autoridades americanas estão debatendo a reversão de tarifas sobre as importações chinesas, em um esforço para acalmar os mercados e avançar nas negociações comerciais. A disputa entre as duas maiores economias do globo elevou a incerteza sobre as perspectivas de crescimento econômico global, com um efeito contrário à perspectiva de aumento da demanda por petróleo. "Os dois contratos estão em alta desde a manhã, juntamente com as ações, com os desenvolvimentos do comércio entre os EUA e a China novamente oferecendo alívio marginal", afirmou a consultoria JBC Energy, em nota a clientes.

A subida dos preços do óleo ganhou ainda mais força durante a tarde, depois que a imprensa americana começou a noticiar que a China propôs aumentar as importações de produtos americanos nos próximos seis meses, com a finalidade de diminuir o superávit comercial chinês em relação a Washington. A JBC Energy se mostrou desconfiada quanto às propostas, mas os mercados reagiram positivamente aos desenvolvimentos.

Além disso, a Agência Internacional de Energia (AIE) informou nesta sexta-feira que a Opep reduziu sua produção de petróleo em dezembro em 590 mil barris por dia (bpd), o que colocou seus níveis de oferta no menor nível desde julho. A queda foi liderada pela Arábia Saudita. Os estoques globais permaneceram um pouco acima da média de cinco anos em novembro, apesar da queda de 2,5 milhões de barris no mês, de acordo com a instituição em seu relatório mensal sobre o mercado de petróleo. "O número de dezembro será mais interessante, já que houve uma queda acentuada na produção da Opep no último mês de 2018", disse a economista de commodities da Capital Economics Caroline Bain.

Os membros da Opep e seus aliados, incluindo a Rússia, começaram a cortar a produção este mês depois de concordar, no início de dezembro, que a ação era necessária depois que os mercados de petróleo perderam cerca de um terço de seu valor em dois meses.

Os investidores também digeriram os dados da Baker Hughes, que apontaram que 21 poços e plataformas de petróleo deixaram de operar nos EUA na semana. Agora, 852 plataformas estão em atividade, no menor nível em oito meses. Os dados da empresa são o primeiro sinal claro de que uma grande queda nos preços do petróleo no fim de 2018 está levando os produtores de óleo a marginalizar algumas sondas até que os preços mostrem uma recuperação significativa. A bacia Permian, que fica no Texas e é uma das principais dos EUA, reduziu seu total de plataformas ativas de petróleo em sete, para 481. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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