Lagarde: "vencedores e perdedores serão afetados, mas ter liquidez de mercado é bom" (Mandel Ngan/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 05h55.
São Paulo - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, afirmou nesta segunda-feira que a queda nos preços do petróleo no mercado internacional devem contribuir, de modo geral, para impulsionar a economia global, em especial para os Estados Unidos, que lutam para evitar uma desaceleração da atividade econômica.
Em evento em Washington, Lagarde explicou que, com preços mais baixos, haverá um maior consumo de combustíveis derivados de petróleo, como a gasolina.
Apesar do olhar mais otimista, ela admite que países produtores como Venezuela e Rússia, nos quais a receita com petróleo responde por boa parte do orçamento público, deverão ser impactos de forma negativa.
"Vencedores e perdedores serão afetados, mas ter liquidez de mercado é bom", disse.
No caso da Rússia, a diretora-gerente do FMI declarou que preços mais baixos são um componente a mais para aumentar a "fragilidade e a vulnerabilidade" do país.
Em relação aos EUA, Lagarde afirmou que a expectativa do FMI é que o Produto Interno Bruto (PIB) da maior economia do mundo avance 3,5% no próximo ano, projeção superior à divulgada em outubro, de 3,1%. Com isso, na sua avaliação, o país já está preparado para reduzir e retirar estímulos monetários.
Segundo ela, o aumento da estimativa se deve, principalmente, aos preços mais baixos do petróleo, que, nesta segunda-feira, chegaram ao patamar de US$ 69,00 por barril na Nymex.
Na semana passada, os membros da Organização dos Países Exportadores (Opep) decidiram não cortar a produção de petróleo. O corte chegou a ser cogitado porque o principal motivo para a queda dos preços é um excesso de oferta da commodity no mercado internacional.
Quanto ao Japão e à zona do euro, Lagarde não nutre o mesmo otimismo. Ela acredita que os europeus devem usar todas as medidas necessárias para estimular a região, que, na sua avaliação, passa um momento crítico que combina baixo crescimento, baixa inflação e alto desemprego.
Para os japoneses ela sugeriu uma atuação mais consistente nos compromissos fiscais e nas reformas estruturais, chegando, inclusive, a propor uma abertura maior do mercado de trabalho do Japão para mulheres e imigrantes.