Economia

Petroleiros iniciam greve e Petrobras pede mediação à Justiça

Sindicatos rejeitarem a última proposta da Petrobras para o Acordo Coletivo de Trabalho 2016

Petrobras afirmou, em nota, que foi notificada pelas entidades sindicais sobre o movimento grevista (Tânia Rêgo/Agência Brasil/Reuters)

Petrobras afirmou, em nota, que foi notificada pelas entidades sindicais sobre o movimento grevista (Tânia Rêgo/Agência Brasil/Reuters)

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Reuters

Publicado em 23 de dezembro de 2016 às 14h52.

Rio de Janeiro - Sindicatos de petroleiros começaram na manhã desta sexta-feira paralisações em refinarias da Petrobras e podem iniciar o movimento em plataformas marítimas a qualquer momento, após rejeitarem a última proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho 2016, dentre outras questões, disseram líderes sindicais.

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), 10 dos 13 sindicatos filiados já aprovaram os indicativos da federação para a rejeição da última proposta da empresa para o acordo coletivo e a realização de greves.

A Petrobras afirmou, em nota, que foi notificada pelas entidades sindicais sobre o movimento grevista, que não há prejuízo às atividades da companhia e que está tomando medidas para garantir a segurança de pessoas e instalações.

Devido ao impasse, a petroleira estatal protocolou um pedido de mediação junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), como forma de buscar avanços nas discussões.

"Foram realizadas diversas reuniões e apresentadas quatro propostas, todas elas com avanços que buscaram atender às demandas apresentadas pelos sindicatos dentro das limitações financeiras da Petrobras", disse a petroleira.

Em uma nota em seu site, a FUP afirmou que não irá ao TST por temer que a empresa apresente uma proposta de dissídio coletivo, o que a Petrobras negou em um comunicado interno aos empregados.

Em sua última proposta, a Petrobras ofereceu reajuste em 6 por cento no salário básico e variáveis, retroativo a setembro de 2016, acrescido de 2,8 por cento em fevereiro, sem retroatividade.

Entretanto, as cláusulas financeiras não são o principal questionamento dos petroleiros.

Para a FUP, a Petrobras está descumprindo um termo aditivo recém-adicionado ao Acordo Coletivo de Trabalho 2015/2017 sobre o Adicional de Tempo de Serviço da Fafen/PR.

Além disso, a empresa propôs mudanças relacionadas à redução de jornada de trabalho com redução de salário, quando os sindicatos entendem que não é o momento correto para isso.

As mobilizações desta quinta-feira, que também têm como objetivo protestar contra a venda de ativos da empresa, começaram com o corte na rendição dos funcionários que terminaram o turno de trabalho nesta manhã em refinarias de São Paulo, Paraná e Bahia.

"A ideia é que isso se intensifique ao longo do dia de hoje", disse à Reuters o coordenador-geral da FUP, José Maria Rangel.

"As paralisações... tiveram início nas primeiras horas desta sexta-feira, com o corte de rendição do turno da zero hora da Replan (Paulínia). Na manhã de hoje, também cruzaram os braços os trabalhadores do setor administrativo da refinaria. Na Recap (Capuava), o turno que iniciaria o expediente nesta manhã não foi rendido e o pessoal do administrativo não entrou", disse o Sindicato dos Petroleiros de São Paulo, em comunicado.

O sindicato do norte fluminense, região responsável por mais da metade da produção de petróleo da Petrobras, disse que apesar de aprovada, a greve ainda não tem horário ou data para começar.

"A gente vai estudar o melhor momento para deflagrar a greve. A Petrobras está embarcando equipes de contingência... Queremos primeiro cansar essas equipes", disse o coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, Marcos Brêda.

A estratégia de iniciar de surpresa as paralisações efetivas já foi usada em anos anteriores, numa tentativa de aumentar o impacto da greve na produção da companhia.

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