Jean Paul Prates, presidente da Petrobras (Maria Magdalena Arrellaga/Getty Images)
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Publicado em 18 de abril de 2024 às 12h21.
Última atualização em 18 de abril de 2024 às 13h17.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou nesta quinta-feira, 18, que a estatal está analisando os planos de construção das plataformas de petróleo P-84 e P-85, que estão entre as maiores da história da empresa. Segundo o executivo, a Petrobras busca ser um pilar na recuperação do setor naval brasileiro.
Ambas as plataformas devem começar a operar depois de 2028, pois não estão incluídas no plano estratégico atual da empresa, lançado no final de 2023 e que abrange os próximos cinco anos.
A declaração de Prates pode ser vista como uma resposta à pressão de partes da indústria naval, que têm pedido mudanças nos contratos de licitação das plataformas, para facilitar a construção de partes das estruturas no Brasil, segundo informações da CNN Brasil.
“Temos expectativas de construção em breve das (plataformas) P-84 e P-85”, declarou o presidente da Petrobras ao falar em discurso em evento do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), no Rio de Janeiro. No entanto, Prates não deu informações sobre como será a contratação das unidades e as possibilidades de construção nos estaleiros do país.
Atualmente, o Brasil possui capacidade para fabricar equipamentos e componentes das plataformas de produção de petróleo, mas ainda não conta com tecnologia e a infraestrutura necessárias para construir uma unidade completa.
As empresas contratantes muitas vezes enfrentam os elevados custos na indústria naval do país e afirmam que encontram condições mais favoráveis em outros países, principalmente na Ásia.
De acordo com Prates, a Petrobras está em negociações com o governo federal para dar suporte à indústria naval brasileira. Ele ressaltou que um programa de apoio governamental está previsto para ser lançado ainda neste primeiro semestre.
“Estamos discutindo neste momento com o governo ideias que levamos ao MME (Ministério de Minas e Energia), à Casa Civil e ao próprio presidente da República, para apoiar esse setor”.
Ele também afirmou que, levando em conta essas propostas, a companhia pretende contratar cerca de 200 barcos de apoio até 2028.
Prates também disse que a decisão sobre dividendos extraordinários que provocou a recente crise da estatal, está nas mãos do Conselho de Administração (CA) e que o governo federal vai orientar seus representantes a este respeito. O executivo também admitiu a possibilidade de que o governo leve uma proposta de pagamento diretamente à assembleia de acionistas do dia 25 de abril, sem que isso passe pelo CA.
Conselheiro indicado pela União, Prates ressaltou que não tratou do assunto com o governo em sua viagem à Brasília nessa semana, e que a proposta da diretoria para dividendos já estava no conselho contando com "respaldo técnico".
Em 7 de março, a maioria dos membros do CA da Petrobras decidiu reter R$ 43 9 bilhões em dividendos extraordinários apurados no exercício de 2023, à contragosto de Prates, que propunha o pagamento de metade do valor e se absteve de votar, e dos representantes minoritários, que votaram pelo pagamento integral.
As últimas semanas têm sido de negociações sobre o tema na Esplanada dos Ministérios. Segundo fontes, o ministro da Fazenda Fernando Haddad, tem defendido pagamento de fração maior, até para ajudar nas contas do governo, que fica com 36,6%.
Do outro lado, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defenderiam porcentual menor, na casa dos 30%.
(Com informações de Estadão Conteúdo)